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Sputnik – Na quarta-feira (2), o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Francisco Bustillo, renunciou depois que telefonemas vazados sugeriram que ele tentou obstruir uma investigação sobre a emissão de passaporte para um traficante de drogas internacionalmente condenado.
Em novembro de 2022, o jornal local Busqueda publicou um telefonema de novembro de 2022 no qual Bustillo parecia sugerir que a ex-vice-ministra das Relações Exteriores, Carolina Ache, escondesse provas. Ontem (22), Ache, que também renunciou no ano passado, foi interrogada por um promotor público que investiga o caso, segundo a Bloomberg.
O caso gira em torno do fato de que o governo de Luis Lacalle Pou teria acelerado a obtenção de um passaporte para Sebastian Marset – cidadão uruguaio que cumpriu pena por tráfico de drogas –, lhe permitindo deixar os Emirados Árabes Unidos no final de 2021, onde foi detido por viajar com um passaporte paraguaio falso.
As autoridades dizem que Marset, 32 anos, criou uma organização criminosa no Paraguai, Uruguai e Bolívia para exportar cocaína para a Europa. Ele também é acusado de ser o mentor do assassinato do promotor paraguaio Marcelo Pecci na Colômbia em 2022.
A renúncia ocorre no momento em que Lacalle Pou está em Washington esta semana para participar de uma reunião entre líderes latino-americanos e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
De acordo com a AP News, Bustillo, ao apresentar sua demissão, disse que a fazia “para dissipar qualquer suspeita de que, como figura de autoridade, eu possa exercer influência indevida sobre terceiros, protegido pelos privilégios da minha posição”.
Segundo a mídia, após a divulgação dos áudios os líderes da oposição apelaram ao presidente para demitir vários altos funcionários, incluindo Bustillo e o ministro do Interior, Luis Alberto Heber, entre outros.