No painel inicial da reunião, Alberto Arenas, diretor da divisão de Desenvolvimento Social da CEPAL, destacou como a pandemia de Covid-19 expôs as fragilidades dos dispositivos sanitários em muitos países da região.
O impacto desigual da crise revelou que a saúde depende das condições econômicas, sociais e ambientais que permitam às pessoas desfrutar de uma vida plena.
O governante salientou que a emergência provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2 levou os governos a investir mais nesta área, uma vez que entre 2015 e 2019 2,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) foi destinado à assistência pública e em 2021 esta despesa subiu para 2,9.
No entanto, disse, a grande questão é o que vai acontecer agora na fase pós-pandemia, sobretudo ao nível dos Cuidados de Saúde Primários (APS).
De acordo com um relatório da CEPAL publicado em 2022, as deficiências regionais se reproduzem entre os países e dentro deles e são os setores vulneráveis, como mulheres, comunidades indígenas e migrantes, que têm menos acesso a níveis suficientes de bem-estar.
Por isso, os países da região devem desenhar e implementar estratégias com o propósito de avançar para sistemas de saúde universais, integrais e sustentáveis, para cumprir a Agenda 2030 e enfrentar potenciais eventos catastróficos.
O vice-ministro de Atenção Primária à Saúde da Guatemala, Edwin Montúfar, especificou que, uma vez superada a pandemia, há o desafio das consequências da mudança climática, como o aumento da temperatura, as secas e outros eventos extremos.
Reiterou a necessidade de investir mais nesta área, especialmente na APS, e cumprir as recomendações da Organização Mundial da Saúde de destinar pelo menos seis por cento do PIB a esses serviços, meta que ainda está longe de ser alcançada na maioria das vezes. países.
Por sua vez, o subsecretário de Redes Assistenciais do Chile, Osvaldo Salgado, explicou a necessidade de realizar uma profunda reforma do sistema de saúde deste país.
A insatisfação da população com os serviços atuais, disse ele, cresceu de 51% para 68% nos últimos anos e atualmente 18 em cada 100 chilenos vivem com cinco ou mais doenças crônicas.
Durante o seminário organizado pela CEPAL, também serão analisados os principais desafios para a universalização da atenção e a necessidade de articular os sistemas de saúde com a seguridade social.