Emiliano José
Comandante Víctor Dreke traz no corpo e na alma marcas da Revolução.
Dissesse ele ter derramado sangue em favor da luta revolucionária, só falaria a verdade.
Da esquerda para a direita: Victor Dreke (Moja), médico Rafael Zerquera (Kumi) e Che Guevara.
Como disse, tive a honra de estar com ele, numa agradável noite, em Havana, na casa dele.
Dia 6 de maio deste ano da graça de 2025, a pouco mais de quatro meses.
Acolhido com muito carinho e atenção.
Por ele e companheira, a esposa, professora e vereadora Ana Morales.
As lembranças, aqui, nascem da conversa com ele.

E do livro “De la sierra del Escambray al Congo”, longa entrevista concedida por ele.
A entrevista de maio não pôde ser tão longa, e por isso, maior parte está fundada no livro.
Um dos entrevistadores, na publicação, pergunta:
_ En qué acciones participaste?
Ele responde ter participado de distintas ações, e ter sido baleado em combate em Placetas, onde toma dois tiros.
Era 13 de outubro de 1958.
Ele sabia: tropas de Che e de Cienfuegos vinham avançando, desde Sierra Maestra, em direção ao Ocidente.
As tropas de Batista, atentas.
Sabiam do movimento das tropas revolucionárias.
Batista concentrou seus homens todos no centro do país, desde Camaguey, para combater Che e Cienfuegos, os guerrilheiros sob o comando dos dois.

Os comandantes revolucionários avançavam com o objetivo de chegar às províncias de Las Villas e Pinar del Río, plano urdido por Camilo Cienfuegos.
O Diretório Revolucionário 13 de Março, de modo a contribuir com o avanço das tropas oriundas de Sierra Maestra, resolve fazer várias e fortes ações armadas.

Isso atrairia as tropas de Batista, e iriam abrindo caminho para Che e Cienfuegos.
Aliava a pressão sobre as tropas revolucionárias.

Bandeira do Diretorio Revolucionario 13 de março
O Diretório 13 de Março escolhe dois objetivos para atacar: Fomento e Placetas.
Não se tratava de tomar tais localidades.
Era só atacar, criar um ambiente a provocar movimentação das tropas de Batista, distraí-las, tirá-las do caminho de Che e de Cienfuegos.
O grupo de Víctor Dreke ataca Placetas.
Faure Chamón, investe sobre Fomento.

Placetas localiza-se a uns 30 quilômetros de Santa Clara.
As forças de Dreke caminharam coisa de dois dias até chegar ao local.
Chovia muito quando avistaram o povoado.
_ El grupo en que voy está dirigido por el compañero Ricardo Varona, que era placeteño.
O restante dos guerrilheiros, não era de Placetas.
Não conheciam as ruas.
A chuva não parava.
Um aguaceiro.
Avançavam, rua por rua, casa por casa.
Fardas, ensopadas.
De repente, deparam com um carro.
Ordem “alto”.
Sem saber de quem se tratava.
Os ocupantes perguntam então aos guerrilheiros:
_ Quiénes son ustedes?
_ Y nosostros sobre quiénes son ellos, y sigue aquello de Quién va? Quién viene?
Até que dos ocupantes do carro, grita:
_ La policía!
_ Entonces gritamos:
_ Directorio!
E então, uma fuzilaria só.
Os revolucionários avançam sobre a patrulha.
José ‘Pepe’, um dos combatentes, faz o movimento de atirar com a metralhadora Thompson, manuseada por ele.
A arma engasga.
Não havia sido limpa como deveria.
Víctor Dreke está ao lado dele, e a polícia dispara.
Sente um tiro atingir a perna, outro, as costas.
Sorte, o tiro nas costas não atinge o pulmão.
_ Por poco pierdo la vida.
Os companheiros o retiram dali, ferido.
Fazem os primeiros e possíveis curativos, sob aquelas precárias condições, e o conduzem a Escambray, ao centro das operações revolucionárias, quando é atendido de forma mais cuidadosa.
A imprensa, ah, a velha imprensa não deu qualquer notícia sobre os ataques a Placetas e a Fomento.
E não é que Batista não dera importância a tais ataques.
Ordenou não se desse a notícia.
_ Porque era muy fuerte decir que rebeldes habían estado directamente en Placetas y en Fomento. Sobre todo Placetas, una ciudad en meio de la isla, en la Carretera Central. Entonces el gobierno silencia por completo esta acción.
#omilagrecubano