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segunda-feira, 22 dezembro, 2025

Cartas habaneras (XLVI)

Emiliano José

Víctor Dreke Cruz

Víctor Dreke, em Sagua, foi chefe da Zona Número 4, área de operações a cobrir desde Sagua até Corralillo.

Naquele momento, entre os anos 1959-1960, tratava-se de uma região onde eram frequentemente lançadas armas para os grupos contrarrevolucionários.

Tais armas chegavam através de la Playa de la Panchita, de Playa Uvero, de Carahatas e tantos outros lugares.

Isso ocorria por conta da caracterização sociológica da área.

Muitos latifundiários, gente com muito poder econômico.

E a proximidade das praias facilitava a chegada das armas.

Nessa tarefa, Dreke esteve até 13 de janeiro de 1960.

Depois, passa a dirigir uma escola de formação de milícias em Hatillo, onde eram preparados militarmente os companheiros cuja tarefa seria fazer a limpa de Escambray.

Qualquer revolução contraria interesses. Quanto mais, uma revolução como a cubana.

Embalada pelo apoio popular, a Revolução Cubana seguia tomando mais e mais medidas destinadas a favorecer ao povo, a acabar com os privilégios.

Claro, a partir daí, os remanescentes das classes dominantes se articulavam e se movimentavam tentando derrubar o governo revolucionário de modo a recuperar propriedades e restaurar privilégios.

Acreditavam nessa possibilidade.

Não tinham noção ainda da força da revolução.

Vinham, no entanto, de com força.

O comandante das forças rebeldes que se...

William Morgan, foi um comandante que lutou ao lado de Fidel e depois, cooptado pela CIA, de quem recebia dinheiro e armamentos para lutar contra a revolução. (Lester Cole/CORBIS via Getty Images)

Organizaram e armaram grupos contrarrevolucionários espalhados por toda a Ilha.

Nas cidades, iniciaram atentados, com uma série de incêndios e sabotagens, colocando fogo em grandes armazéns e fábricas.

Mais de 100 cubanos foram mortos em tais ataques nos primeiros anos da revolução.

Nas zonas rurais, os contrarrevolucionários armados foram se concentrando mais e mais na Serra de Escambray, no centro de Cuba.

Em 1960, dezenas desses grupos, conhecidos em Cuba simplesmente como “os bandidos”,  nas áreas rurais, cometiam assassinatos e atos de sabotagem.

Queimavam plantações de cana de açúcar, atacavam centros de produção.

Ataques dos bandidos tinha um alvo preferencial: milhares de jovens espalhados pelos campos de Cuba.

Haviam se disponibilizado, atendendo à convocação do governo revolucionário, para ajudar na alfabetização do povo.

Voluntários.

Embalados pelos sonhos da Revolução Cubana.

Um deles, retirar a população do analfabetismo.

Classes dominantes cubanas, até ali, pretenderam manter o povo sem saber ler e escrever, de modo a garantir a continuidade da opressão.

O analfabetismo é sempre arma dos dominadores.

Esse movimento garantiu, ao final do ano de 1961, pouco menos de três anos após o triunfo da revolução, a eliminação do analfabetismo no país.

EfemérideDeHoy Registramos em nossa história os 61 anos do assassinato do Maestro Voluntário Conrado Benítez García, primeiro mártir do magistério em # Cuba, e Eliodoro Rodríguez Linares pelas bandas contrarrevolucionárias ao serviço de

Uma conquista difícil frente às agressões › Cuba › Granma - Órgão oficial do PCC

Eliodoro Rodríguez Linares, com a disposição de seus 19 anos de idade, era um daqueles alfabetizadores.

Combinava o trabalho na terra recebida do governo revolucionário pelas mãos de Che Guevara, em San Ambrosio, com o esforço de contribuir para alfabetizar camponeses da região.

Ele e o professor voluntário Conrado Benítez foram violentamente assassinados pelos bandidos em janeiro de 1961.

Ao matá-los, acreditavam sepultar também os sonhos deles de ver a terra florescer depois do plantio das sementes de malanga.

Estavam enganados.

O assassinato daquele jovem robusto, forte, rosto corado pela exposição diária ao sol, foi uma espécie de estopim, no entanto, para a mobilização do povo contra os bandidos.

Houve um enorme impulso às milícias populares. Com elas, o primeiro e essencial passo para a primeira ofensiva contra os grupos contrarrevolucionários da região.

Esses grupos, e isso é importante para não sermos levados a suposições ingênuas, eram armados, dirigidos e abastecidos logística e financeiramente pelos EUA, inconformados com a vitória da Revolução Cubana.

A atividade de tais grupos era um exercício preparatório para a Invasão da Baía dos Porcos, ou Baía de Cochinos, em abril de 1961.

Do mesmo modo, ainda esforço para afastar ilusões, no interior daqueles grupos, na direção deles, havia antigos participantes da luta contra Batista, vira-casacas, traidores. E, é claro, muitos apoiadores de Batista, revoltados com o triunfo da Revolução.

Não era uma tarefa tão simples derrotá-los.

Exigiu muito esforço do governo revolucionário.

#omilagrecubano

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