Emiliano José
Ele mesmo, Víctor Dreke, vai se perguntando:
_ Cómo me nombram a mí jefe de este escuadrón?
Fora nomeado por Camilo Cienfuego, chefe do Estado Maior do Exército Rebelde, chefe do Esquadrão 35, a ser enviado para Sagua.
Seguramente isso ocorreu como decorrência da confiança conquistada ao longo dos anos de plena dedicação à luta revolucionária, já com algumas balas no corpo.
Dreke, revolucionário testado, mais que testado.
Deveria seguir para Sagua, terra natal dele, para lidar com acentuadas divisões internas.
O Exército Rebelde não havia chegado a Sagua antes do triunfo da Revolução, em 1959.
No quartel da cidade havia algumas pessoas, nas palavras de Dreke, não muito confiáveis.
Não podiam ser consideradas entre os melhores revolucionários.
Alguns desses combatentes, depois de terem tomado o quartel no decorrer da voragem revolucionária, vindos de muitos cantos, eles próprios se fizeram capitães.
Os muitos dedicados à Revolução Cubana em Sagua não ficaram satisfeitos, e reagiram, iniciaram algumas confusões,.
Volte-se um pouco.
Havia divisão anterior entre os combatentes de 9 de abril e aqueles que não enfrentaram aquela luta.
Lembre-se: em 9 de abril de 1958, o Movimento 26 de Julho convocou uma greve geral em Cuba.
Anunciada sem a devida preparação, a greve fracassou.
Em resposta, Batista desencadeou forte repressão, e muitos miliantes do Movimento 26 de julho foram presos ou assassinados.
Entonces, em Sagua la Grande havia uma grande divisão interna, conflitos de alguma envergadura.
Dreke era de Sagua, conhecia os camaradas sagüeros.
O homem certo no lugar certo.
Depois da passagem por Sagua, de enfrentar com habilidade e firmeza as divisões internas, chefia o Esquadrão de Cruces, também na região de Las Villas.
Em Cruces, levado a enfrentar um problema racial muito complexo.
Um baile no parque de Cruces, logo após a vitória da Revolução.
Havia costume antigo para tais ocasiões: uma corda muito grossa era utilizada para dividir os lados – o lado dos brancos e o lado dos negros.
Neste baile, houve reações.
A primeira delas, do chefe do Esquadrão de Cruces, capitão Melquiades García, homem branco, combatente do Exército Rebelde, muito querido pela tropa e pela população. Branco e negro, para os revolucionários, eram iguais.
Naquela noite, García chegou ao local do baile, no parque de Cruces, e sem relutar, sem avisar, cortou a corda, a pretender unir negros e brancos, combater o racismo evidente, manifestado pela utilização daquela soga. A Revolução não admitia qualquer espécie de racismo.
Parecia simples.
Não era.
Houve baita confusão. Racismo entranhado, havia até lideranças do Movimento 26 de Julho revoltados por conta de a corda ter sido cortada, como se devesse permanecer a odiosa separação entre negros e brancos, inaceitável para a Revolução.
Clima esquentou em Cruces.
Racismo não era problema fácil de ser enfrentado.
Capitão García, acuado.
Entonces, direção da Revolução resolve intercambiar as chefias.
Nomeia García chefe do Esquadrão 35 no lugar de Dreke, em Sagua.
A Dreke, dão a condição de chefe do Esquadrão 32, antes chefiado por García.
Ao chegar a Cruces, Dreke saiu a andar pelas ruas, à tarde.
Desarmado, modo a hablar con la gente.
Com habilidade, foi contornando o problema, sem conceder a qualquer pretensão racista.






