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domingo, 16 novembro, 2025

Cartas habaneras (XIV)

Emiliano José

Foram anos de muitos esforços.

Muito trabalho.

Intensa atividade de Ferrera, no cumprimento do princípio internacionalista.

Cuba, fiel ao espírito de sempre colocar-se ao lado de países-irmãos, como era o caso da Venezuela.

Hugo Chávez resgatou ideais do libertador Simon Bolívar durante o processo da revolução bolivariana, no final dos 1990

Foto: AVN

Venezuela da Revolução Bolivariana.

Foto: Prensa Latina

Então, de Hugo Chávez, um dos grandes líderes latino-americanos. De ótimas relações com Fidel Castro.

Amigos.

Camaradas.

Ser conselheiro político da Embaixada de Cuba não foi pouca coisa.

Ele diz hoje:

_ A missão político-diplomática em Venezuela requereu grandes esforços, muito trabalho devido à dinâmica dos acontecimentos no país. Tratou-se de uma experiência muito reconfortante, a confirmar a importância da solidariedade e do internacionalismo.

Ferrera teve também uma rica experiência com o Brasil.

Em julho de 1978, o primeiro relacionamento com brasileiros.

Rádio Havana Cuba | Delegação cubana ao Festival Mundial da Juventude  recebe bandeira nacional

Foto: Radio Havana

Acontecia em Cuba o Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes.

Presente uma delegação brasileira, composta por quase duas centenas de jovens.

À frente da delegação, Takao Amano: era ele o representante da Federação Mundial de Juventudes Democráticas.

Ferrera foi encarregado pelo governo cubano de atender a delegação brasileira enquanto estivesse na Ilha.

A representação brasileira, oriunda de diversos países porque maioria era constituída de exilados devido à existência da ditadura militar, ao chegar, teve a alegria, a emoção de encontrar, confraternizar com outros brasileiros.

Estes, viviam refugiados em Cuba.

Ferrera constata: a delegação brasileira era muita unida, entusiasmada e disciplinada.

Nessa ocasião, Ferrera conhece Hélio Dutra.

Residia em Cuba desde o final da década de 1940.

Faleceu em 2004, com 96 anos, em Cuba.

Como à época não havia relações diplomáticas entre Cuba e Brasil, Dutra era uma espécie de cônsul brasileiro.

Não oficial, mas cônsul.

Os brasileiros chegados a Cuba geralmente o procuravam e era ele a ensinar-lhes o caminho das pedras.

Cônsul conhece o país.

Ele conhecia Cuba.

Nos anos 1930, Dutra ingressa no PCB.

Chega a Cuba com a tarefa de instalar uma filial do Laboratório Labrápia, onde trabalhava, empresa inglesa.

A chegada deu-se no dia 29 de outubro de 1945.

Comunista, não teve dúvidas: aliou-se aos revolucionários.

Em 1959, entrega o laboratório ao novo governo, foi nacionalizado.

Apaixonado por José Martí, por Cuba, participou da campanha de alfabetização, cortou cana, plantou café, militou no Comitê de Defesa da Revolução, membro das Milícias das Tropas Territoriais.

Chegou a ser distinguido com o estatuto de militante do Partido Comunista de Cuba.

Não era conhecido como cônsul brasileiro por acaso.

Por puro merecimento.

Em 1983, Ferrera é designado funcionário do Departamento América do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, integrando a equipe encarregada das relações com o Brasil e com o Cone Sul da América Latina.

Antes disso, havia atuado como dirigente dos Comitês de Defesa da Revolução, até vir a integrar a Direção Nacional da organização.

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