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segunda-feira, 17 novembro, 2025

Cartas Habaneras (XI)

Jorge Ferrera encontrou o amor da vida dele em 1986, já aos 40 anos de idade.

Emiliano José

Se o amor é mais sólido na maturidade, se é, então ele foi um privilegiado.

Deparou com Marta Juliana ODonnell Cabrera e o amor se fez.

Juntos e felizes até hoje.

Tive o prazer, nesta viagem, de compartilhar um pouco da residência deles, e disso já falei um pouco.

Da residência e do saboroso almoço preparado por Marta com tanto carinho.

Refeição só é boa se preparada com carinho.

Você passa o afeto aos alimentos.

Tempera-os com o coração.

Assim me pareceu a refeição dela.

Aquela deliciosa galinha sobre o abacaxi.

Confesso: me senti como se estivesse em minha casa.

Na casa de mãe e pai, no Jardim Cabuçu, na periferia da capital paulista onde mamãe nos cuidava, e falo de filhos já adultos, como eu, nos cuidava com imenso carinho, e fazia deliciosas refeições.

A casa de Jorge e Marta, o apartamento deles, me lembrou nossa casa no Jardim Cabuçu.

A dele, não sujeita a alagamentos.

A nossa, sim.

Isso, no entanto, o de menos.

O ambiente do apartamento no primeiro andar, aqueles três quartos, aquela área verde onde está a máquina de lavar, aquele cheiro, aquele ambiente, a sedimentar muito tempo passado, o aroma delicioso oriundo da cozinha, a expectativa de a mesa ser posta, a cerveja, a conversa a fluir com tanta naturalidade, tudo me parecia comum.

O casal a um só tempo me deu o imenso prazer do acolhimento, e eu desfrutei de tal acolhimento com alegria, como, também, me transportou a momentos felizes de minha juventude, ao lado de minha família.

Olhava Marta, tão cuidadosa na cozinha.

Lembrava mamãe, preparando a comida para as crias e para o pai.

Viagens, têm disso.

Evocam lembranças.

Provocam encontros, a invadir de súbido nossa mente, memórias submersas de repente emergem, como nesse dia recente, em Havana.

Com os queridos Jorge e Marta.

Os dois, cultivam a família com muito amor.

Jorge:

_ Tenho um filho de 60 anos, de minha esposa, de nome Juan Carlos García ODonnell, cuidado por mim desde pequeno.

Têm outro filho.

Este, adotado em Nicarágua, quando tinha dois anos: Jorge Wilmer Ferrera ODonnell, hoje com 37 anos.

No decorrer do trabalho de solidariedade à Revolução Nicaraguense, encontrou Jorge.

Juan Carlos, o filho mais velho, já com dois filhos, netos queridos do casal: Jorge Carlos e Carlos Alejandro.

O casal tem ainda uma bisneta: Carolina, de cinco anos.

Samantha, a outra neta, tão querida quanto os demais, é filha de Jorge Wilmer, e está com sete anos.

Ferrera não pode reclamar: tem trajetória reconhecida.

Recebeu a Medalha do XX Aniversário de Moncada.

Medalha de Colaborador Internacionalista.

Medalha da Campanha de Alfabetização.

Recebeu o Selo XX anos de Vigilância.

E a Medalha 28 de Setembro dos CDRS.

Um revolucionário.

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