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quarta-feira, 11 junho, 2025

Cartas habaneras (VIII)

Emiliano José

Acabei de voltar de Cuba, leitores sabem.

Estive em Havana, do dia 1 de Maio ao dia 8.

É minha quinta viagem.

Essa ida tinha também uma razão sentimental: como se me reencontrasse com Carla França, amor da minha vida, com quem estive em Cuba em 2018 e 2019.

Ela partiu definitivamente no dia 1 de agosto do ano passado.

Andar por Havana era reviver toda a emoção de nossa presença juntos na Ilha.

Como a vê-la novamente, tão cheia de vida e tão feliz.

Sempre me dizia, tal a paixão:

_ Quero morar aqui.

Não deu tempo.

Claro, a viagem permitiu encontros memoráveis, com lideranças da Revolução, e estou falando de tais encontros.

E hoje assisti, gratuitamente, o documentário “Vai pra Cuba, Eduardo”, já tão premiado e reconhecido.

É um enorme serviço prestado pelo Instituto Conhecimento Liberta, dirigido por Eduardo Moreira.

De alguma forma, fura o bloqueio.

Parece apenas uma metáfora.

Não é.

Fura mesmo.

Porque a mídia internacional, com a visão de mundo dela, visão de mundo própria do capitalismo, hoje em sua fase neoliberal, com todas as consequências perversas dela, a mídia internacional é entusiasta do bloqueio.

Repete todas as mentiras do império norte-americano.

Torce pelo aumento do sofrimento do povo cubano de modo a se tornar realidade a profecia dos EUA de, em razão da fome, a população da Ilha se revoltar e pôr ao chão o regime cubano.

Tem se enganado.

A resistência do povo cubano é impressionante.

Desde 1959, de pé.

Sem abrir mão da soberania.

Costumo dizer: Cuba é um milagre.

Milagre do povo.

Então, o ICL furou o bloqueio.

Iniciativas como essa são raras.

Como cabe num documentário, passa rapidamente pela história.

Pelos diversos momentos da Revolução Cubana, nem todos porque impossível num documentário.

Apresenta, rapidamente seja, uma Cuba bem diferente da apresentada pelo bombardeio midiático.

Ressalta: em Cuba, educação e saúde são oferecidas gratuitamente.

A todos.

Em qual país do mundo ocidental, isso acontece?

Não, e não há nenhuma atitude meramente celebrativa.

Rapidamente, as dificuldades do povo aparecem.

A fala de frei Betto, perfeita: para um pobre que visitasse Cuba, defrontaria com o paraíso; para uma pessoa da classe média, purgatório; para um rico, o inferno.

Cuba tem enormes desafios, não vive uma situação fácil.

No essencial, consequência do cruel bloqueio norte-americano, vigente desde os primeiros momentos da Revolução Cubana.

Resiste, no entanto.

Heroicamente.

O império norte-americano, em fase obviamente decadente, não permite sequer investimentos capitalistas na Ilha.

Isso poderia significar mais desenvolvimento.

Os EUA não querem.

Nem desenvolvimento capitalista.

Pudesse, mataria o povo cubano de fome.

Registro meu aplauso à iniciativa do Instituo Conhecimento Liberta.

Furou o bloqueio.

De modo criativo.

E brilhante.

Cuba e os povos amantes da democracia e do socialismo agradecem.

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