Por Altamiro Borges
O anúncio da homologação deve aumentar o clima de pânico em Brasília e a instabilidade política no Brasil. Há quem afirme que mais de 100 parlamentares são citados como beneficiários da poderosa empreiteira, que pagou propinas milionárias para viabilizar os seus projetos bilionários. Entre os acusados de envolvimento no esquema estão vários integrantes do covil golpista – inclusive o próprio usurpador do poder. O nome do Judas Michel Temer surge 43 vezes no documento do acordo de delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht.
Já o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, é mencionado 45 vezes, e Moreira Franco, secretário de Parceria de Investimentos do governo Temer, 34. O ex-ministro Geddel Vieira Lima, que recentemente foi defecado do covil, aparece em 67 trechos. E o líder do governo no Congresso Nacional, Romero Jucá (PMDB-RR) – outro defenestrado do ministério – tem 105 menções. Além da quadrilha peemedebista, as delações preliminares que já vazaram também atingem tucanos de alta plumagem, como o “santo” Geraldo Alckmin, o “mineirinho” Aécio Neves e o “careca” José Serra.
Até hoje, com exceção do “boca de jacaré” Geddel Vieira, nenhum destes políticos – que lideraram o “golpe dos corruptos” para “estancar a sangria” das investigações – foi incomodado pelo juiz Sergio Moro, chefão da midiática Lava-Jato. Pelo contrário. O “justiceiro” nem se acanhou em ser fotografado ao lado do “mineirinho” numa festança da revista “QuantoÉ”. Com a decisão da ministra Cármen Lúcia de homologar as 77 delações da Odebrecht pode ser que este quadro de seletividade e injustiça se altere. Pode ser! A conferir os desdobramentos inflamáveis nos próximos dias.