Havana, 27 mai (Prensa Latina) A diva do Buena Vista Social Club Omara Portuondo exibe hoje um galardão inesperado para ela, o título de Doutor Honoris Causa conferido por uma fundação mexicana de acadêmicos.
Aos 86 anos de idade, a chamada noiva do feeling disse sentir-se surpresa e emocionada por uma distinção deste tipo durante uma cerimônia realizada a véspera no Colégio Universitário San Gerónimo da Habana.
A comoção pelo prêmio levou à artista a cantar a capela um fragmento do famoso tema Bésame mucho, composto pela pianista e compositora mexicana Consuelito Velázquez.
Portuondo provocou as palmas do auditório com o estribilho de uma canção local: ‘por isso eu sou cubana e me morro sendo cubana’, e depois apelou para o popular tema da cantora e compositora chilena Violeta Parra: ‘Graças à vida que me deu tanto’.
A música é a alma dos povos, concluiu, com um amplo sorriso enquanto seu contagioso gesto de cantar demonstrava-o.
Horas antes, a venerada intérprete tinha gravado outra vez o bolero Silencio, do compositor porto riquinho de Rafael Hernández, mas nesta ocasião junto à jovem cantora Luna Manzanares, a qual qualificou com duas palavras: muito boa.
Segundo confessou a Prensa Latina, esta sessão trouxe muitas lembranças em particular a de seu amigo já falecido Ibrahim Ferrer, pois há 18 anos interpretou essa canção com ele no famoso documentário Buena Vista Social Club.
Silencio que están durmiendo los nardos y las azucenas, vocalizó uma vez mais esta mulher que canta como respira, natural e sem temor de desafinar.
Canto de tudo, responde sobre se tem um repertório favorito, ainda que fez questão de sublinhar que a música tradicional cubana lhe fascina.
Mas prefiro toda a música cubana, é a melhor, não porque eu seja cubana, é que todo mundo gosta, e eu também, especificou com a doçura própria de uma pessoa apaixonada.