Lima, (Prensa Latina) Um tribunal eleitoral escutará hoje os alegados em prol da candidata presidencial favorita das pesquisas no Peru, Keiko Fujimori, em um processo de exclusão que pode a deixar fora da concorrência pelas eleições do 10 de abril.
O Júri Eleitoral Especial de Lima deu prazo até hoje a aspirante ao abrir ontem à noite o processo pela suposta vulneração da Lei de Organizações Políticas, que proíbe a entrega de dinheiro ou outros benefícios em atividades partidaristas.
A decisão da corte de primeira instância baseia-se em um relatório da Direção de Fiscalização do Júri Nacional de Eleições (JNE), segundo o qual existem elementos suficientes para a abertura do processo de exclusão.
O relatório assinala que Keiko Fujimori encabeçou um evento partidário, um concurso de dance juvenil, cujos ganhadores receberam prêmios em dinheiro, ainda que a candidata alegue que não os entregou diretamente e que o evento era cultural estava a cargo de “Fator K”, um grupo juvenil alheio a seu partido, Força Popular.
No entanto, o relatório estabeleceu que teve propaganda eleitoral e que Força Popular financiou a “Fator K” e a lei sanciona com a exclusão a entrega direta ou indireta de dinheiro ou outras bonificações.
Importantes setores e um vigoroso movimento juvenil contrário à eleição de Fujimori, por sua vinculação com o governo de mão de ferro de seu encarcerado pai, Alberto, pedem ao júri eleitoral que elimine a candidata.
Alegam que a corte deve lhe aplicar o mesmo rigor que usou no caso do candidato César Acuña, excluído por doar dinheiro em atividades partidárias, ainda que a candidata disse estar tranquila porque não entregou dinheiro diretamente.
O processo acentuou a incerteza em torno do processo eleitoral, pese a que representantes dos partidos em pugna e o tribunal ético eleitoral assinaram ontem um compromisso que o respalda e descarta a postergação das eleições.
Diversos analistas assinalam que se a corte eleitoral exclui Fujimori, pode ter reações de seus seguidores e ficará fora a candidata de um vasto setor de eleitores, mas se não o faz, podem ser dado protestos de seus opositores.