Memorial do RS
Henrique Matthiesen*
Em meio às disputas hegemônicas de um mundo que sofre profundas e irreversíveis transformações, onde a multipolaridade se apresenta mexendo com poderosos interesses e, consequentemente, com ações, muitas das quais beligerantes, há batalhas silenciosas, porém muito eficazes.
Mais do que é noticiado, na escalada armamentista, na persuasão nuclear e na corrida bélica há uma arma profundamente eficaz que age de forma silenciosa: a colonização das almas e das mentes.
Nada é mais letal para um Estado soberano do que seu povo colonizado, tornando-se agente de sua própria destruição e reproduzindo a desculturação de seu povo. Esta forma de dominação resulta, por conseguinte, em vassalagem.
Este movimento é muitas vezes sutil, chega como uma espécie de moda, mas corrói de forma deletéria os símbolos soberanos e a cultura de uma nação. Uma das essências de um povo é seu idioma, ou seja, a sua língua. No caso do Brasil é o português.
Vivenciamos um processo de assimilação colonialista aonde, o estrangeirismo de expressões vai dominando o cotidiano do nosso povo e revela o grau da colonização o qual docilmente vamos admitindo, sem resistência, ou observância.
Vejamos como isso se revela no nosso dia a dia:
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Não é “briefing” – é resumo;
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Não é “case” – é caso;
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Não é “coaching” – é treinamento;
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Não é “deadline” – é prazo;
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Não é “feedback” – é retorno;
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Não é “job” – é trabalho;
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Não é “insight” – é ideia boa;
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Não é “pet” – é animal de estimação;
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Não é “kid” – é criança.