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quinta-feira, 28 março, 2024

Brito: “Tigrão” com o Nordeste; Tchutchuca com os ‘States’

Negociar com iranianos é arriscado, bom mesmo é vender abacate pra a Argentina
Fernando Brito, no Tijolaço
O presidente valentão sabe muito bem com quem pode sê-lo e com que pode se fazer de poderoso.

Agride – e não é de hoje – os nordestinos, que dependem do Governo Federal para mitigar injustiça histórica.

Mas fala fino com os norte-americanos e, mesmo sem ameaças de retaliação, nega-se a vender combustível para navios que levam milho comprado – e pago – pelo Irã, país com o qual temos plenas relações diplomáticas.

Digo sem ameaças porque, publicamente ao menos, não foram feitas e mesmo nas sanções impostas aos EUA pelo Irã há exceção para alimentos e, ao que se saiba, milho não é outra coisa, a menos que já se tenha inventado o fubá de destruição em massa.

O Irã é nosso maior parceiro comercial no Oriente Médio e parceiro altamente vantajoso: nosso sexto maior saldo de exportações versus importações.

Mas nosso presidente pessoalmente diz que mandou avisar dos riscos de negociar com os iranianos e que dane-se quem se atreveu a fazê-lo.

Afinal, vender bilhões de dólares e milho e soja ao governo de Teerã não é nada perto das guerras comercial por três caminhões de banana do Equador ou de vender alguns abacates para a Argentina.

Como estamos na iminência de, litaralemnte, colocarmos um menino de recados em nossa embaixada em Washington, vamos deixar os navios quase encalhados e o milho, quem sabe, apodrecer.

Ou, quem sabe, fazer um pedido de “quebra essa, Tio Trump”, que a gente não vende mais para eles e ajuda os iranianos a passarem fome, feito essa que não existe no Brasil e ajuda a criar uma crise semelhante à da Venezuela…

Nada como ter uma Tchutchuca para ser tigrão com os pobres.

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