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quarta-feira, 6 novembro, 2024

Brasil seguirá linha da presidência russa no BRICS em 2025, diz Vieira à Sputnik

Sputnik – A 16ª Cúpula do BRICS, em Kazan, de 22 a 24 de outubro, marca a culminação da presidência russa do BRICS, mas com o ano passando, o momento em que o Brasil vai se tornar o presidente do grupo está se aproximando.

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, revelou, em uma entrevista à Sputnik, os vetores da política que o Brasil pretende desenvolver em sua próxima presidência do BRICS e no cenário mundial em transformação em geral.

Ampliação do BRICS: critérios para candidatos

Segundo o chanceler, o Brasil, durante sua presidência, quer seguir a linha atual que a Rússia, como atual presidente do agrupamento, exerce, aumentando os participantes do grupo.
Vieira disse que a posição brasileira na questão da expansão do BRICS permanece a de que todos os países que querem virar parte do grupo devem acatar os critérios dos países-membros atuais.
“É uma questão de coerência e de promover uma expansão que fortaleça o BRICS politicamente como voz influente no mundo”, ressaltou.
Para alcançar esse objetivo, como uma das prioridades das discussões às margens da cúpula, Vieira considera o desenvolvimento e o estabelecimento desses critérios.
Um dos critérios a serem acatados, segundo o desejo brasileiro, é o da defesa da ampliação do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), o que permitiria fortalecer as posições do BRICS e de todo o Sul Global no cenário mundial.
Embaixador Eduardo Saboia na Cúpula do BRICS em 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 22.10.2024

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Vieira lembrou que na última cúpula do BRICS, em Joanesburgo, as delegações concordaram que o Brasil, a África do Sul e a Índia deviam ter o direito de ocupar vagas em caso de ampliação do CSNU.
“Nossa posição é a de que a manifestação dos líderes, neste e em outros assuntos relevantes, deve orientar o processo de ampliação”, enfatizou.
Tocando o tema da desdolarização e uso de moedas nacionais no comércio dentro do BRICS, o chanceler disse que, embora a questão precise de tempo para se desenvolver, o assunto “desperta grande interesse no presidente Lula, e o Brasil é favorável a que essa nova modalidade fique à disposição”.
Ele confirmou que as experiências do Brasil mostraram que há uma possibilidade de realizar essas ideias.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, é recebido no aeroporto de Kazan para participar na 16ª Cúpula do BRICS, na Rússia, em 21 de outubro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 21.10.2024

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Amigos da Paz e sua capacidade de resolver conflitos

Anteriormente, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse que a China, o Brasil e outros países do Sul Global com ideias semelhantes pretendem criar a plataforma aberta Amigos da Paz para resolver a crise ucraniana.
Apesar de o assunto não estar na agenda oficial da cúpula, Vieira disse que está pronto para apresentar as ideias principais da proposta.
Porém agora não é o tempo próprio para organizar uma reunião da plataforma, já que é preciso tempo para ela atrair novos países que a avaliariam.
“Qualquer esforço bem-sucedido de abertura de diálogo depende da aceitação pelas partes diretamente envolvidas no conflito”, acrescentou.
Quando perguntado sobre a possibilidade de participar na solução do conflito no Oriente Médio, Vieira sublinhou que, embora todas as tentativas de cessar-fogo em Gaza e no Líbano tenham falhado, a posição brasileira continua sendo a solução de dois Estados, um palestino e um israelense, estabelecida pelas Nações Unidas, como única fórmula para a paz na região.
O presidente russo, Vladimir Putin, e a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, Dilma Rousseff, em uma reunião à margem da 16ª cúpula do BRICS em Kazan. - Sputnik Brasil, 1920, 22.10.2024

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Consequências das eleições nos EUA

O Brasil não tem preocupações sobre os resultados das próximas eleições nos Estados Unidos.
Segundo ele, as relações entre os EUA e a América Latina têm sido formadas durante longo tempo e “são também maduras e muito sólidas”, com grande envolvimento das sociedades dos países.

Elas não dependem apenas do líder em exercício, e por isso Vieira disse não esperar alguma mudança radical nas relações entre a região sul-americana e o país norte-americano.

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