Para entrar nos Brics, a Venezuela conta com o apoio de Putin e o veto de Lula, Foto: Ramil Sitdikov/SPUTNIK/AFP e Marcelo Camargo/Agência Brasil
Eduardo Vasco
O governo brasileiro agiu contra os BRICS. Agiu contra os seus parceiros de maior confiança.
Os jornais da direita (seus inimigos, mas em quem Lula e o governo confiam mais do que em seus aliados históricos) citam fontes anônimas no Itamaraty dizendo que o Brasil foi “essencial” para barrar a entrada da Venezuela como parceiro oficial dos BRICS.
O Brasil não foi “essencial”, foi única e exclusivamente ele quem barrou a Venezuela. Há muito tempo havia um consenso sobre o convite à Venezuela e o único que se opôs, no frigir dos ovos, foi o governo brasileiro. Como as decisões fundamentais do bloco são sempre por consenso, se há um único divergente a proposta não é adotada.
Na verdade, o Brasil se isolou. Mas falo sobre isso daqui a pouco.
Foi um crime a postura brasileira. Um golpe nos princípios da esquerda, de Lula e do PT. Foi também contra os próprios princípios declarados da diplomacia brasileira, que supostamente prega a não intervenção na política interna de outros países. Mas o voto contra a Venezuela foi uma intromissão nos assuntos venezuelanos, como se Maduro tivesse alguma obrigação de prestar contas ao Brasil ou a qualquer outro país sobre as eleições venezuelanas – decididas, como ocorreu, pelo povo venezuelano.
![]()



