putnikk – Texto está sob consideração na Organização Internacional do Trabalho (OIT) e será votado nesta quarta-feira (23), em Genebra, Suíça.
O governo brasileiro se absterá em uma resolução que determina o isolamento diplomático da Rússia e a suspensão dos trabalhos com o país, escreve o colunista Jamil Chade nesta terça-feira (22).
Países como o Brasil, a China e a Índia esperavam que o projeto original liderado pelas potências ocidentais fosse modificado e suavizado. Mas a recusa dos autores da proposta em reavaliá-la levou o Itamaraty a optar pela abstenção.
Desde o dia 24 de fevereiro, quando começou a operação militar especial da Rússia na Ucrânia, os EUA e União Europeia mobilizaram entidades de colaboração internacional para punir o governo russo.
O Brasil manifestou preocupação com este fato, e em diversas votações de organismos voltados ao multilateralismo, o país se absteve e aproveitou para denunciar os efeitos das sanções sobre a economia global.
Ao lado de outros países, o governo brasileiro também alerta para o perigo de algumas entidades globais serem sequestradas pelos interesses norte-americanos e de parte do continente europeu.
Um dos objetivos do Itamaraty é manter intactos os mandatos das agências especializadas, assim como o trabalho do G20. A chancelaria brasileira acredita que o uso dos organismos internacionais para punir Moscou poderá enfraquecer a própria ONU e suas agências.
A proposta na OIT
O documento que circula na OIT inclui a interrupção dos trabalhos e dos programas da agência internacional com o Kremlin, além da exclusão de convites para iniciativas e seminários.
Segundo o colunista Jamil Chade, quase 50 países apresentaram o projeto, incluindo os europeus e os Estados Unidos, além do Chile, Colômbia e Guatemala. Não há nenhum apoio dos membros dos BRICS, além de uma ampla ausência de países africanos.
A ideia geral do texto é punir a Rússia por “uma crise entre os trabalhadores e o direito do trabalho“. Um dos pontos pede para que governos considerem a adoção de sanções para obrigar o governo russo “a respeitar o cumprimento dos direitos trabalhistas na Ucrânia“.
Outro tema polêmico é a proposta de “suspender temporariamente a cooperação técnica ou a assistência da OIT à Federação da Rússia, exceto para fins de assistência humanitária, até que um cessar-fogo seja acordado e uma resolução pacífica seja implementada”.

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