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quinta-feira, 26 dezembro, 2024

Bolsonaro é testosterona. Lula, ocitocina!

Por Luiz Fernando Leal Padulla*

É sabido que Bolsonaro e seu clã possuem distúrbios psicológicos, inclusive com traços muito fortes de psicopatia, conforme apontou o psiquiatra forense Guido Palomba, membro emérito e ex-presidente da Academia de Medicina de São Paulo1. Para ele, indivíduos com essa patologia “são ególatras, ou seja, estão sempre pensando em si mesmos. São indivíduos que não têm remorso nunca. São tidos como pessoas toscas, capazes de ter determinados comportamentos e não percebem aquilo que estão fazendo de errado (…). Se acham os grandes poderosos, e aí vem a tirania, porque só eles que estão certos. Essas pessoas não deveriam nunca ter esse poder de mando, mas quando têm é sempre uma lástima (…).  Carentes de compaixão, toscos em regra, anestesiados de senso moral. Frente ao sofrimento alheio, à morte de milhares de pessoas, não medem palavras, como ‘eu não sou coveiro’, ‘chega de frescura’ e ‘vai ficar chorando até quando?’. Não há ressonância afetiva com a dor alheia”.

Anteriormente, o também psiquiatra Roberto Tykanor já havia falado que Bolsonaro é perverso, pois é aquele que distorce a situação. É um desvio de personalidade, é uma personalidade antissocial. A gente tem de entender isso pelo que existe de Estado de Direito. O que ele está fazendo são crimes.2

Mais do que isso, a biologia pode ajudar a explicar outros aspectos fisiológicos, o que pode resultar em distúrbios endócrinos sérios. Não sei, em todo caso, se os fascistas do Conselho Federal de Medicina concordariam em admitir esses fatos científicos, uma vez que foram coniventes com a morte de pessoas, apoiando tratamentos ineficazes e com raízes nazifascistas – típicas de adoradores de Josef Menguele – por motivos ainda escusos, e obviamente, ignorando a ciência e as evidências científicas.

Testosterona torna o indivíduo mais arrogante, egocêntrico e narcisista. Paralelamente, encoraja a impulsividade e a propensão ao risco, levando a pessoa a fazer a coisa mais fácil quando se é a coisa mais imbecil a fazer. Níveis elevados desse hormônio diminuem a atividade no córtex pré-frontal e sua ligação com a amígdala (estrutura responsável diretamente pela resposta agressiva e primitiva), aumentando a ligação desta com o tálamo3. Importante lembrar que a agressão evoluiu como um comportamento adaptativo para lidar com a competição, mas, quando expressos fora do contexto, podem ter consequências destrutivas, necessitando de intervenção psiquiátrica. Mais uma prova de que Bolsonaro é ainda um ser primitivo em uma sociedade dinâmica e evoluída.

Sabe-se que a testosterona intensifica a agressividade reativa de vingança, mas apenas sobre aqueles que já são dominados, e nunca sobre um “oponente” mais forte. Como prova disso, lembremos do comportamento de Bolsonaro esbravejando como um leão contra a imprensa, mas sendo uma mera corsa quando STF e lideranças mundiais o chamaram na “chincha”. (Quem não se lembra da mansidão com a puxada de orelha do ministro Alexandre de Moraes? Ou ainda mudando o discurso – mesmo que mentindo! – defendendo a vacina no encontro do G20?)

Importante destacar que esse hormônio, por si só, não garante agressividade, uma vez que o aprendizado social é determinante para esse comportamento. Ou seja, o (falso) Messias, defensor da família (mais precisamente da faMILÍCIA), carrega graves problemas e de criação em seu próprio clã.

Por fim, a ciência (tão negada e desacreditada pelo pária psicopata) também comprova que elevados níveis de testosterona prejudicam diversos comportamentos pró-sociais.

E nunca é demais lembrar que os venenos (chamados de agroTÓXICOS, mas que agora querem mudar o nome para “defensivos fitossanitários”) liberados a toque de caixa pelo atual governo e sua bancada ruralista, são responsáveis direto pela contaminação da água, do solo, do ar e, claro, do alimento, contribuindo para alterações hormonais nas pessoas, causando malformações, Alzheimer, contribuindo (e muito!) para transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), puberdade precoce, câncer, neuropatias e tantas outras doenças4,5,6,7,8.

Anatomicamente, poderíamos constatar a psicopatia de Bolsonaro através do exame de sua amígdala que, muito provavelmente mostrar-se-ia menor que o tamanho normal. Tal redução de tamanho justificaria sua impassividade perante a dor, fazendo com que seu atos sejam instrumentais e calculistas, usando outros seres humanos como meios para um fim, com frieza, indiferença e de forma implacável e reptiliana, como bem define tais características o neurocientista Robert Sapolsky, citando o trabalho de Blair9. Seu córtex pré-frontal também deve apresentar maior quantidade de substância cinzenta, o que é típico de mentirosos patológicos10.

Lula, no entanto, é o oposto de tudo isso. Um exame endócrino provavelmente indicaria altos níveis de receptores de ocitocina e vasopressina. Em seu núcleo accumbes, justificando sua visão humana e maior cuidado típico de um verdadeiro pai11,12. São esses hormônios, por sinal, responsáveis por esse comportamento mais pró-social entre seus semelhantes. A ocitocina, por exemplo, intensifica a prática da caridade, mas apenas em pessoas já caridosas e empáticas13. Assim, não adianta o fascista BolsoNazi querer de dopar, pois não teria efeito algum dada sua natureza genocida.

O mais grave ainda é que a psicopatia de Bolsonaro e seu clã contribui para a difusão da ignorância, com o objetivo de obter intencionalmente algum benefício (lembremos do “kit covid” propagado como preventivo, beneficiando o lucro de farmacêuticas, ou ainda do “kit gay” e “ameaça comunista do PT”) ou até mesmo de forma irracional (tipicamente patológica). E é assim que surge uma nova (e necessária) ciência: a agnotologia, que estuda a ignorância de forma intencional14,15. E, nesse contexto, os interesses do capital e do neoliberalismo diretamente associado, visam exatamente a alienação e a propagação da ignorância em massa. Cria-se, assim, uma agenda de pós-verdade, lançando dúvidas constantes sobre os fatos, sobre o próprio conhecimento e a realidade, atendendo objetivos ideológicos e financeiros.

Castrar Bolsonaro seria uma solução? Infelizmente a ciência mostra que não (e, mesmo que fosse positivo, o estrago já havia sido feito com a proliferação de seus genes para sua prole igualmente psicopata). Essa negativa se dá porque estudos afirmam que quanto maior a agressividade experimentada antes da castração, mais agressividade irá persistir nesse indivíduo16, justamente porque o aprendizado social é quem mais determina esse comportamento.

Assim, o que nos resta é lutar contra esse sujeito vil e abjeto, assim como seu clã, fruto de uma anomalia biológica e de uma criação totalmente deturpada que resultou em seus comportamentos de sociopatia. Uma aberração que jamais deveria ter ocupado o cargo que ocupa, só conseguindo isso pela manipulação em massa que fez, justamente por atrair para si seus semelhantes. Parafraseando um antigo slogan, ou acabamos com o bolsonarismo, ou ele acabará com nosso país.

Ainda que a biologia explique, não podemos ser coniventes com isso, muito menos perpetuar essa anomalia que vai contra os princípios básicos da sobrevivência da humanidade – principalmente a sobrevivência de nós, brasileiros e brasileiras, que somos afetados diretamente por suas políticas megalomaníacas e lesa-pátria. Os Bolsonaros deram vida ao câncer social chamado de bolsonarismo, e antes que entremos em fase terminal, é preciso conter essa metástase. E a espera pelas eleições “democráticas” pode ser fatal.

*Professor, Biólogo, Doutor em Etologia, Mestre em Ciências, Especialista em Bioecologia e Conservação. Autor do blog e do canal no Youtube “Biólogo Socialista”. Instagram: @BiólogoSocialista

 

Referências

  1. Guido Palomba, reconhecido psiquiatra forense, diz que Bolsonaro tem traços de psicopatia.Disponível em:  https://revistaforum.com.br/politica/guido-palomba-reconhecido-psiquiatra-forense-diz-que-bolsonaro-tem-tracos-de-psicopatia/
  2. Psiquiatra afirma que Bolsonaro não é caso clínico, mas criminal.Disponível em: https://www.redebrasilatual.com.br/saude-e-ciencia/2019/05/psiquiatra-afirma-que-bolsonaro-nao-e-caso-clinico-mas-criminal/

3 NELSON, R.J. & TRAINOR, B.C. 2007.  Neural mechanisms of aggression. Nature Reviews Neuroscience. 8 (7):536-546. Disponível em: https://www.nature.com/articles/nrn2174

4 Situação regulatória internacional de agrotóxicos com uso autorizado no Brasil: potencial de danos sobre a saúde e impactos ambientais. 2021. Disponível em:  http://cadernos.ensp.fiocruz.br/csp/artigo/1383/situacao-regulatoria-internacional-de-agrotoxicos-com-uso-autorizado-no-brasil-potencial-de-danos-sobre-a-saude-e-impactos-ambientais

5 Mostafalou, S.; Abdollahi, M. 2017. Pesticides: an update of human exposure and toxicity. Archives of Toxicology, 91: 549–599. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00204-016-1849-x

6 Você bebe agrotóxicos? Disponível em: https://portrasdoalimento.info/agrotoxico-na-agua

7 AGUIAR, A. C. P. Más-formações congênitas, puberdade precoce e agrotóxicos: uma herança maldita do agronegócio para a Chapada do Apodi (CE). 2017. 199 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2017. Disponível em:  http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/30896

8 NILSON, E.E.; SKINNER, M.K. 2015. Environmentally Induced Epigenetic Transgenerational Inheritance of Reproductive Disease. Biology of Reproduction. 93(6): 145, 1-8. Disponível em: https://academic.oup.com/biolreprod/article/93/6/145,%201-8/2434441

BLAIR, R.J.R., 2010. Neuroimaging of Psychopathy and Antisocial Behavior: A Targeted Review. Curr Psychiatry Rep. 12(1): 76–82. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3941715/

10 ITO et al., 2012.The contribution of the dorsolateral prefrontal cortex to the preparation for deception and truth-telling. Brain Res. 29:, 1464:43-52. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22580084/

11 KOZOROVITSKIY et al. 2006. Fatherhood affects dendritic spines and vasopressin V1a receptors in the primate prefrontal cortex. Nature Neuroscience 9, 1094–1095 (2006). Disponível em: https://www.nature.com/articles/nn1753#citeas

12 GOZZI et al.2017. Effects of Oxytocin and Vasopressin on Preferential Brain Responses to Negative Social Feedback. Neuropsychopharmacol 42, 1409–1419. Disponível em: https://www.nature.com/articles/npp2016248#citeas

13 Schneiderman et al. 2012. Oxytocin during the initial stages of romantic attachment: relations to couples’ interactive reciprocity. Psychoneuroendocrinology 37(8):1277-1285. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3936960/

14 Corneliussen, S.T. 2021. Agnotology: “a neologism signifying the study of the cultural production of ignorance”. Disponível em: https://physicstoday.scitation.org/do/10.1063/PT.5.8040/full/

15 Drapeau, S. 2021. Agnotologia, uma nova ciência que estuda a ‘produção da ignorância’ de forma intencional. Disponível em: https://cartacampinas.com.br/2021/10/agnotologia-uma-nova-ciencia-que-estuda-a-producao-da-ignorancia-de-forma-intencional/

16 FAGAN et al. 2002. Pedophilia. JAMA. 288 (19):2458-2465. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jama/article-abstract/195539

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* Luiz Fernando Leal Padulla

Doutor em Etologia
Mestre em Ciências
Especialista em Bioecologia e Conservação

Blog: https://biologosocialista.wordpress.com/

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