Brasília, 16 mar (Prensa Latina) Organizações não-governamentais de direitos humanos denunciaram o governo de Jair Bolsonaro nas Nações Unidas por sua gestão irresponsável da pandemia de Covid-19, que já causou quase 280.000 mortes no Brasil até o momento.
‘Bolsonaro despreza as recomendações dos cientistas; ele desacreditou repetidamente todas as medidas de proteção – como o uso de máscaras e distanciamento social – e promove o uso de medicamentos ineficazes’, disseram eles.
Eles também apontaram que o Executivo paralisa a capacidade de coordenação da autoridade sanitária federal, desconsidera a importância das vacinas e ri dos medos e lágrimas das famílias.
Na organização internacional, Maria Hermínia Tavares de Almeida, uma das fundadoras da Comissão Arns, advertiu que a situação do gigante sul-americano é desesperada.
‘A Covid-19 está tendo um enorme custo em termos de perda de vidas e dificuldades econômicas. A doença afetou desproporcionalmente as populações negras e mais pobres, e as comunidades indígenas e tradicionais’, disse ela.
Três outras vezes o ex-militar foi denunciado em tribunais internacionais. Em novembro de 2019, um representante da Comissão Arns e do Coletivo de Advogados de Direitos Humanos apresentou queixa contra ele perante o Tribunal Penal Internacional em Haia, Holanda, por ‘crimes contra a humanidade’ e ‘incitação ao genocídio de povos indígenas’.
Novamente em março de 2020, Bolsonaro foi acusado na 43ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, pelo líder indígena Davi Kopenawa, porta-voz da etnia Yanomami, por supostas violações dos direitos de povos nativos isolados.
‘Ele [o presidente] não gosta dos indígenas e não gosta de mim’, disse Kopenawa na ocasião.
Em julho de 2020, o nome de Bolsonaro foi novamente ouvido no Tribunal de Haia em uma representação criminal entregue pela coalizão coordenada pela liderança da Rede Sindical UniSaúde sobre a gestão desastrosa da crise sanitária de seu governo.
‘Falhas graves e mortais ao lidar com a pandemia de Covid-19’, disse o relatório.
Até hoje, o Brasil já perdeu 279.286 vidas e 11.519.609 pessoas foram infectadas pelo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença.