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terça-feira, 22 outubro, 2024

Bolívia entre chamas e fumaça busca ajuda internacional

La Paz (Prensa Latina) Com temperaturas recordes na região do Chaco, incêndios florestais que já duram semanas e fumaça que contamina vários departamentos e afeta companhias aéreas, a Bolívia espera ajuda internacional.

Por Jorge Petinaud

Correspondente-chefe na Bolívia

Os termômetros marcaram 45 graus Celsius no município chaco de Villa Montes e 41,8 em Yacuiba, departamento de Tarija, conforme confirmou o especialista do Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia (Senamhi), Kenny Queisberth.

“As temperaturas extremas foram sentidas mais no Chaco; Em Villa Montes foram registrados 45 graus no dia 22 de agosto, o extremo, o anterior era de 44 graus; Enquanto isso, em Yacuiba, os termômetros marcavam 41,8 e o extremo anterior, 40 graus”, explicou o especialista.

Em meio a esse panorama, a chanceler boliviana, Celinda Sosa, reuniu-se com o Corpo Diplomático e representantes de Organismos Internacionais para “coordenar ações para mitigar os incêndios o mais rápido possível”.

O presidente Luis Arce garantiu em sua conta X (antigo Twitter) que solicitou apoio internacional há mais de um mês para combater os incêndios florestais.

“Como resultado desse trabalho de coordenação, o Brasil enviará especialistas para apoiar o Centro de Monitoramento e Rastreamento de Incêndios, além de 60 brigadistas”, afirmou.

O Chile também estará presente com especialistas da Corporação Florestal Nacional, incluindo técnicos de operações de combate a incêndios e analistas comportamentais deste tipo de incidente.

Da mesma forma, soube-se que o Poder Executivo está administrando a vinda de mais de 80 bombeiros da França para reforçar o combate às chamas.

“Agradecemos o apoio e a boa vontade da comunidade internacional”, escreveu o dignitário em X, reiterando que o seu Governo não descansará até que o último incêndio florestal no país seja apagado.

Irmãs e irmãos bolivianos, tenham certeza de que seu Governo Nacional continuará a fazer esforços extremos e não descansará e não descansará, assim como fizemos nos anos anteriores”, confirmou Arce.

FUME EM TODA PARTE

O Centro Nacional de Monitoramento de Incêndios (CNMI) confirmou que o meio ambiente nos departamentos de La Paz, Pando e Beni é afetado pela fumaça vinda do norte da Amazônia no Brasil.

Com base em dados coligidos com Senamhi, o vice-ministro da Defesa Civil, Juan Carlos Calvimontes, garantiu que “pelas condições atmosféricas das correntes de ar, a fumaça vinda da Amazônia brasileira transportou os poluentes de leste a oeste sobre o território boliviano”, disse. afirmou.

O fenômeno dificulta as operações no aeroporto Aníbal Arab, em Pando; Selin Zeitun, de Riberalta; e Emilio Beltrán, de Guayaramerín, em Beni.

Calvimontes descartou que esses efeitos sejam consequência dos incêndios nessas regiões.

Durante a atual época de catástrofes, cerca de 20 municípios em três departamentos bolivianos foram atingidos pelas chamas.

Santa Cruz reporta 14; Beni, cinco, e Pando, um na Reserva Florestal de Manupiri, este último já controlado e em processo de resfriamento.

Dada a poluição por fumaça, a Unidade Operacional de Trânsito de La Paz recomendou que os motoristas tomassem precauções ao viajar para Yungas, ao norte de La Paz.

“Há muito fumo no sector Cumbre, estão a ser feitas recomendações a cada condutor para reduzir a velocidade e manter as luzes acesas”, explicou um suboficial identificado como Flores em declarações prestadas ao canal RTP.

O policial explicou que as viagens do Terminal Terrestre Provisório de Minasa foram reduzidas em relação às semanas anteriores.

Segundo relatórios da Secretaria Municipal de Gestão Ambiental de La Paz, o índice de qualidade do ar na sede do Governo variou de 134 a 136 com tendência de aumento, indicador classificado como “ruim”.

Por sua vez, a CNMI e o Senamhi concordaram que a fumaça que atinge La Paz também vem da Amazônia brasileira.

A empresa Boliviana de Navegação Aérea e Aeroportos (Naabol), por sua vez, suspendeu as operações no aeroporto de Trinidad devido à fumaça.

Segundo Naabol, a visibilidade mínima para decolagem e pouso de aeronaves deve ser de 1.600 metros, devido a regras e regulamentos, mas apenas um quilômetro foi reportado.

AJUDA DO GOVERNO

Para mitigar os efeitos dos incêndios e da fumaça, o governo nacional

enviou mais de uma tonelada de ajuda humanitária às famílias afetadas.

“Partimos em avião da Força Aérea Boliviana (FAB) para o município de Cobija, departamento de Pando, com 1,5 tonelada de ajuda humanitária para atender os irmãos atingidos nos municípios de Filadélfia e San Lorenzo”, disse.

informou o vice-ministro da Defesa Civil, Juan Carlos Calvimontes.

Ele descreveu que essas tarefas fazem parte do plano de resposta imediata para cuidar das famílias afetadas pelos incêndios e outras pela fumaça.

A ajuda consiste em alimentos, mantimentos e roupas com o apoio do Ministério da Presidência.

“(…) Antecipamos uma realidade que nos poderá ser apresentada nos próximos dias, mas que é uma realidade iminente, porque os moradores dos concelhos de Magdalena e San Lorenzo estão a ser afetados pelos incêndios”, explicou a autoridade.

Lembrou que os governos regionais são responsáveis ​​por salvaguardar a vida dos seus habitantes, neste caso, principalmente nos municípios de Cobija, Riberalta, Guayaramerín, Trinidad, Cochabamba e Nuestra Señora de La Paz.

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