César Fonseca
Ficou inviável a possibilidade de Trump vir ao Brasil participar da COP 30.
A Câmara de Vereadores de Belém vetou a participação dele, como persona non grata, e, por isso, inviabilizou o convite que o presidente Lula disse que faria ao titular da Casa Branca para o evento.
É mais uma fonte de tensão gerada pelo tarifaço.
Os vereadores paraenses destacaram que quem está inviabilizando exportações brasileiras aos Estados Unidos, sabotando o comércio dos dois países, não merece participar da COP 30, não é bem vindo.
Trump está contra a regulação do clima, afetado pela poluição industrial produzida pelo efeito estufa, para o qual a indústria americana contribui decisivamente.
O consumo de petróleo pelos Estados Unidos, como principal fonte energética no país, e a determinação trumpista de ampliar a exploração do produto em todo o mundo têm no presidente dos Estados Unidos seu principal defensor.
Assim, essencialmente, a presença de Trump em Belém seria percebida como a de alguém que trabalha incansavelmente para poluir o meio ambiente.
Um anti ambientalista direitista fascista.
Soma-se a essa percepção da decisão trumpista de abrir guerra tarifária contra o Brasil à argumentação ideológica, na tarefa de defender o ex-presidente Bolsonaro, perseguido, segundo Trump, pelo judiciário brasileiro, misturando dois assuntos contrastantes, tem-se quadro politicamente explosivo.
Ele inviabiliza a presença do presidente americano no Brasil sob convite do presidente Lula.
Belém, com Trump presente na COP 30, viraria caldeirão de pólvora política, com repercussão mundial extraordinária.
Mas, mesmo assim, se ele topasse o convite e viesse ao Brasil, no momento mais tenso na relação histórica de 200 anos dos dois países, ocorreria fato político diante do qual haveria triunfo político lulista.
A importância da Amazônia e sua preservação para a humanidade ganharia, com a presença de Trump, leituras políticas variadas e contrastantes que enriqueceriam o currículo político de Lula como líder mundial.
Trump estaria disposto a encher a bola de Lula, quando tenta desestabilizá-lo por se integrar aos BRICS, maior adversário político do imperador americano?
A Câmara de Vereadores de Belém acentua, portanto, a relação diplomática e comercial conturbada entre Brasil e Estados Unidos. Que dirá Trump?
Sua resposta poderia ser gasolina no fogo da relação bilateral EUA-Brasil?
Ou a bandeira branca de uma possível pacificação?
https://pontodepauta.com/…/belem-declara-donald-trump…/?