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sábado, 5 outubro, 2024

Barroso presidiu o TSE. Não foi Rosa Weber!

“Pressões enormes” atuaram, entre a noite de quinta-feira e a tarde de ontem, para que o TSE antecipasse o julgamento dos pedidos de impugnação da candidatura do ex-presidente Lula, barrando, por tabela, seu acesso ao horário eleitoral de hoje. Com a degola antecipada de Lula, antes dos cinco dias de prazo para as alegações finais dos impugnantes, o TSE atingiu em cheio a estratégia eleitoral petista da transferência de votos, ao impedir a aparição de Lula no programa eleitoral de hoje. Essa foi a razão da pressa e das pressões.

Na noite de quinta, o tribunal chegou a divulgar uma pauta para a sessão de ontem, que não continha qualquer matéria relacionada a Lula. Ontem a presidente da corte, Rosa Weber, atendeu aos apelos do relator, ministro Roberto Barroso, para incluir as impugnações na pauta. A candidatura de Lula seria impugnado mais cedo ou mais tarde, mas o TSE aceitou o risco de desgastar-se, atropelando a lei e os prazos, para impedir que ele falasse como candidato, hoje, no rádio e na TV. Seriam aparições provisórias, mas poderiam ser fortemente indutoras de voto no substituto. A decisão antecipada pode aumentar as desconfianças internas e externas sobre o Judiciário brasileiro e também fortalecer a narrativa do Lula perseguido, favorecendo o novo candidato do PT.

De pressões falavam até os corredores do TSE antes do início do julgamento. Quem garantiu que fossem atendidas foi Barroso, ao convencer Rosa a incluir o caso na pauta, de última hora. Dificilmente os ministros terão tido tempo para ler a defesa de 200 páginas, apresentada pelos advogados de Lula perto da meia noite de quinta-feira. Rosa baixou os olhos quando um deles, Luiz Fernando Pereira, recordou o que ela disse ao refugar, há algumas semanas, o pedido de impugnação antecipada do MBL: “Vamos observar os ritos e os prazos. O direito tem seu tempo”. Ontem ela mudou de ideia. (…)

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