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quinta-feira, 28 março, 2024

Barbados nas primeiras eleições gerais depois de ser uma República

Bridgetown (Prensa Latina) Barbados realizou nesta quarta (19) as primeiras eleições gerais depois de se proclamar República em 2021 e espera-se um forte confronto entre o governante Partido Trabalhista (BLP) e o Partido Trabalhista Democrático (DLP).

A primeira-ministra Mia Mottley lidera o BLP e a advogada Verla De Peiza lidera o DLP, derrotado nas eleições de 2018, e ambas vão medir forças nas eleições antecipadas, como se está previsto para 2023.

Estas serão as primeiras eleições parlamentares desde que Barbados se tornou uma república em 30 de novembro de 2021, quando deixou oficialmente de ter a rainha Elizabeth II da Inglaterra como chefe de Estado e rompeu com séculos de passado colonial.

Pela primeira vez na nação caribenha, as principais formações políticas são lideradas por mulheres.

O resultado mais provável das eleições seria uma Presidenta, uma Primeira-ministra e uma líder feminina da oposição, de acordo com relatos da mídia local.

Um total de 108 candidatos de sete partidos e nove independentes participarão deste dia eleitoral em que 266.330 pessoas estão habilitadas a votar.

Segundo a Supervisora de Eleições Angela Taylor, tanto o BLP quanto o DLP apresentaram uma lista de 30 candidatos.

Por sua vez, o Partido da Aliança para o Progresso (APP) do bispo Joseph Atherley indicou 20 candidatos e o grupo Soluções Barbados indicou 11 para essas eleições.

Mottley antecipou para seus compatriotas neste contexto que ele tem vários projetos multimilionários para o país em 2022 e para que o setor de turismo retome sua posição como a principal fonte de receita externa para Barbados, apesar de ter sido severamente afetado pela pandemia de Covid-19.

Explicou ainda que sua razão para convocar uma eleição antecipada era que Barbados não deveria começar o novo ano “como uma nação dividida”.

Afirmou que seu partido estava “disposto a correr o risco” de perder as eleições para garantir a unidade do país.

No entanto, Mottley, que muitos analistas caribenhos descrevem como um governante ousado e inteligente, enfrenta forte oposição de outras forças e figuras políticas.

O ex-líder da oposição e chefe da APP, Dom Atherley, qualifica como desdenhoso e desrespeitoso o tratamento do primeiro-ministro com os milhares de barbadianos que não poderão votar nesta quarta-feira porque são positivos para Covid-19, segundo a imprensa relatórios.

Ele criticou que mais de cinco mil pessoas em isolamento domiciliar não poderão exercer seu direito de voto.

A este respeito, a Comissão Eleitoral e de Fronteiras indicou que, segundo as orientações do Ministério da Saúde, ninguém em isolamento poderá sair do seu lugar e ir às urnas.

Também a candidata independente de Saint George North, Melissa Taitt, disse aos barbadianos que, dados os problemas presentes no país, é hora de tentar algo novo porque considera que os dois principais partidos políticos da ilha falharam.

A professora de Ciência Política Kristina Hinds destacou que a exclusão de milhares de pessoas isoladas pelo Covid-19 de votar hoje levanta questões sobre a democracia, citou o Barbados Today.

De Peiza também criticou duramente a convocação inicial para as urnas em meio à pandemia, chamando-a de uma decisão “egoísta”, e pediu aos barbadianos que votem no dia em que ela espera que o DLP vença.

Pelo menos 3.700 funcionários eleitorais estarão de plantão nesta quarta-feira para garantir que o processo eleitoral corra bem.

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