29.5 C
Brasília
quinta-feira, 19 setembro, 2024

AVENIDA PAULISTA

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A Avenida Paulista é o termômetro da política nacional. Toda vez que a oposição ocupa mais da metade de seus 19 quarteirões, é sinal de que o presidente da República não será reeleito, ou que o candidato por ele indicado será derrotado. Participaram da manifestação de ontem, dia 25.02.2024, 750.000 pessoas, segundo seus organizadores, ou 600.000, segundo a PM, ocupando apenas 7 quarteirões.

De todo modo, essa manifestação foi, na realidade, um comício dos governadores de São Paulo, Minas, Goiás e Santa Catarina, prováveis candidatos a presidente da República. Essa afluência bem menor do que previam esses candidatos talvez se explique pelas profundas ligações entre eles e o capitão Jair, o personagem central, hoje reconhecido pela esmagadora maioria do povo brasileiro autor de procedimentos indignos de um verdadeiro líder, a saber:

1) abandonou o cargo em 30.12.2022 e viajou para os Estados Unidos, dizendo haver perdido apenas uma batalha e que voltaria para vencer a batalha final;

2) agindo nos bastidores, articulou – mas continua negando – as malogradas tentativas de golpe contra a Democracia, principalmente nos atentados às sedes dos Três Poderes da República em 08.01.2023, dos quais resultaram centenas de condenações cíveis e criminais de seus seguidores;

3) até agora não condenou a perversidade que o regime de Benjamim Netanyahu está cometendo contra o povo palestino e não explicou por quê sempre tomou por paradigma Adolf Hitler, o comandante supremo do holocausto de que foram vítimas 6 milhões de judeus, e ainda pretende continuar tentando convencer aos seus seguidores que o presidente Lula é antissemita e nazista;

4) ficou calado e se amofinou diante das perguntas que lhe foram feitas pela Polícia Federal sobre sua participação nas tentativas de golpe contra a Democracia, e agora está querendo que a esmagadora maioria do povo brasileiro vá lotar a Avenida Paulista para consagrá-lo novamente como “o mito”, como se fosse possível enganar o povo novamente com suas narrativas fantasiosas;

5) até hoje não se dignou explicar como pôde ter sido possível ser esfaqueado em 06.09.2018, em comício em Juiz de Fora (MG), sem que a camisa da Seleção que ele ali usava tenha sido perfurada e manchada de sangue.

Boanerges de Castro (Rio)   

ÚLTIMAS NOTÍCIAS