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quinta-feira, 28 março, 2024

Até quando vamos tolerar esse genocida que nos governa?

Foto Presidência da República
Por Lauro Mattei/Jornal GGN

Quando escrevo essas pequenas notas as famílias brasileiras estão celebrando o dia de Natal, data que nos remete ao amor à vida de todos. Particularmente para os cristãos significa o nascimento de Jesus Cristo, figura ímpar que em sua vida mostrou com seus ensinamentos, palavras e gestos o caminho do bem e do amor ao próximo.

Hoje o país atingiu a marca de mais de 190 mil pessoas que perderam a vida para a pandemia provocada pelo novo coronavírus. Para além de um número absurdo, são famílias que estão sendo destruídas por uma doença que, no caso do Brasil, poderia ter tido outro destino, não fosse o menosprezo do atual presidente da república, um verdadeiro genocida que, desde o início da doença, a todo momento promove ações no sentido contrário a tudo o que é recomendado pela ciência, ou seja, que a melhor forma  para evitar essa escalada de mortes é promover os métodos que evitem a contaminação da população.

Não haveria espaço suficiente neste artigo para registrar todas essas atitudes presidenciais que ajudaram a provocar tanto óbitos em nosso país. Por isso, vou me restringir a apenas mais duas dessas ações, as quais ocorreram exatamente neste período natalino.

A primeira delas diz respeito às atitudes do presidente em seu descanso natalino entre os dias 19.12 e 23.12.20 em um forte militar na cidade de São Francisco do Sul, Santa Catarina, estado que no momento apresenta a terceira maior taxa de contaminação pela COVID-19 no país a cada 100 mil habitantes. Nesse período, além de provocar todos os dias aglomerações de pessoas sem os mínimos cuidados sanitários recomendados para se evitar o contágio da doença, o presidente voltou a atacar a vacinação da população ao afirmar que “eu já tomei a vacina chamada vírus”. Tal atitude, na verdade, sinaliza para população que esta deveria se contaminar para combater a doença. Tal gesto não deixa de ser mais uma ação criminosa do presidente da república em meio a uma pandemia que a cada dia ceifa centenas de vida de brasileiros. Na mesma direção voltou a afirmar no dia 24.12 que “não se responsabilizaria por nenhuma reação à vacina”, gesto que pode ser interpretado como uma forma de indução ao medo na população frente ao antídoto que deverá ser utilizado como única forma de combater a doença.

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A segunda delas diz respeito a um vídeo divulgado na noite de 24.12.20, antes mesmo de seu pronunciamento à nação. Além das baixarias costumeiras em relação ao governador de São Paulo taxando-o de “calcinha apertada”, o presidente mais uma vez ataca a medida do isolamento social como forma de prevenção à Covid-19, afirmando que “precisamos acabar com essa brincadeira de ficar todo mundo em casa”. Para tanto, sugeriu que o povo deveria fazer uma reunião armada para depor o atual governador. Segundo o negacionista, “o povo tem que estar armado porque a arma é a garantia de sua liberdade”. Tal atitude vai no sentido de combater as medidas adotadas em São Paulo para conter a contaminação da população durante as festividades natalinas e de ano novo.

Todas essas atitudes e gestos por parte da pessoa que hoje ocupa o cargo máximo do país significa uma afronta cotidiana a todo o ordenamento jurídico do país. No entanto, a hipocrisia nacional faz vistas grossas sob o bordão de que “as instituições estão funcionando regularmente”. Enquanto isso, uma parcela da população, sobretudo a expressiva camada mais vulnerável da sociedade, está sujeita a ter suas vidas ceifadas pela impunidade de seu presidente da república. Já está passando a hora de denunciar formalmente esse senhor aos tribunais internacionais para ser julgado por aquilo que ele de fato é neste momento: um genocida criminoso!

*Lauro Mattei – Professor Titular do Departamento de Economia e Relações Internacionais e do Programa de Pós-Graduação em Administração, ambos da UFSC. Coordenador Geral do NECAT-UFSC e Pesquisador do OPPA/CPDA/UFRRJ. Email: l.mattei@ufsc.br

 

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