“Os Estados Unidos, membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas,
cometeram uma grave violação da Carta da ONU, do direito internacional e do Tratado de Não Proliferação [TNP] ao atacar as
instalações nucleares civis do Irã”, escreveu o alto diplomata iraniano no X.
Ele acrescentou que “os eventos desta manhã [22] foram ultrajantes e terão consequências duradouras“.
“Todos os membros da ONU devem estar alarmados com esse comportamento extremamente perigoso, ilegal e criminoso. De acordo com a Carta da ONU e suas disposições que permitem uma resposta em legítima defesa, o Irã reserva todas as opções para defender sua soberania, seus interesses e seu povo”, enfatizou Araghchi.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã
também se manifestou de forma oficial condenando as ações dos EUA.
“O mundo não deve esquecer que foram os Estados Unidos — durante um processo diplomático em andamento — que traíram a diplomacia ao apoiar as ações agressivas do regime israelense genocida e ilegal“, afirmou o ministério, destacando que Washington é responsável pelas consequências muito perigosas de seu ataque às instalações nucleares iranianas.
“O Ministério das Relações Exteriores da República Islâmica do Irã, nos termos mais veementes possíveis,
condena a selvagem agressão militar dos Estados Unidos contra as instalações nucleares pacíficas do Irã — uma
violação flagrante e sem precedentes dos princípios mais fundamentais da Carta das Nações Unidas e das regras do direito internacional. A República Islâmica responsabiliza totalmente o governo belicista e ilegal dos EUA pelas consequências extremamente perigosas deste
grave crime“, afirmou o ministério.
De acordo com a chancelaria iraniana, o silêncio da comunidade internacional após este ataque colocará o mundo em um risco sem precedentes.
“A República Islâmica do Irã lembra às Nações Unidas, ao Conselho de Segurança, ao secretário-geral da ONU, à Agência Internacional de Energia Atômica [AIEA] e a todos os outros organismos internacionais relevantes suas responsabilidades de agir rapidamente em resposta a esta violação criminosa do direito internacional. A República Islâmica enfatiza que o silêncio diante de uma agressão tão flagrante coloca o mundo inteiro em um perigo sem precedentes e generalizado“, afirmou o ministério.
O
ataque dos EUA às instalações nucleares demonstrou que os
EUA esteve envolvido no planejamento do ataque israelense inicial ao Irã, acrescentou o ministério.
“O ataque dos EUA às instalações nucleares civis do Irã, cometido nas primeiras horas do décimo dia da agressão militar de Israel contra o Irã, expôs a colaboração criminosa e a participação direta dos Estados Unidos com o regime sionista no planejamento e execução de ataques militares contra o Irã”, afirmou o ministério.
No sábado (21), o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que os
EUA “concluíram com sucesso” um
bombardeio a três instalações nucleares no Irã. Anúncio de Trump foi feito nas redes sociais. Segundo o presidente norte-americano, uma das instalações atacadas foi Fordow, crucial para o
programa nuclear iraniano.
No dia 13 de junho,
Israel lançou uma operação contra o Irã, acusando-o de implementar um programa nuclear militar secreto. Os alvos dos
bombardeios aéreos e ataques de grupos de sabotagem eram instalações nucleares, os generais, físicos nucleares proeminentes, bases aéreas, sistemas de defesa aérea e mísseis terra-terra.
O Irã nega que seu projeto nuclear tenha um componente militar. Como afirmou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, em 18 de junho, os inspetores da agência não encontraram evidências concretas de que o Irã tenha um programa de armas nucleares.
O Irã respondeu às ações de Israel com
mísseis e ataques de drones, alegando ter como alvo alvos militares. Prédios residenciais foram atingidos e o número de vítimas civis aumentou em ambos os lados.
Segundo o Ministério da Saúde iraniano, mais de 400 pessoas morreram e pelo menos 3 mil ficaram feridas no país. Israel afirmou que mais de 20 pessoas morreram e mais de 1.200 ficaram feridas nos ataques iranianos.