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sábado, 20 abril, 2024

As raízes do mau na Síria e no Oriente Médio

Por Pedro Garcia Hernandez Damasco, 30 jan (Prensa Latina) As raízes do mau, que durante anos se estendem de Washington e Tel Aviv, têm resultados atuais que intensificam as tensões, tentam desarmar a resistência palestina e aumentam o assédio contra a Síria.
O primeiro resultado é o anúncio para implementar o chamado Acordo do Século, repudiado quase unanimemente pela maioria do mundo árabe, diversas organizações palestinas e por mais de meio milhão de palestinos que vivem na Síria.

Um segundo resultado é um assédio maior contra esta nação do Levante, pois a chamada Nova Palestina contemplada nesse ‘acordo’ faria fronteira com este país ao longo de mais de 200 quilômetros, sendo cinquenta justamente em frente às ocupadas Colinas do Golã.

Além de prever o desarmamento das forças palestinas, a ‘ideia’ de Donald Trump, em linha com os objetivos do primeiro-ministro israelense, Benjamín Netanyahu, contempla o controle absoluto do Vale do Jordão, a maior e mais importante fonte de água potável para Síria, Líbano e Jordânia.

Assim mesmo, reconhece ‘legitimidade’ aos milhares de colonos judeus e os territórios que ocupam na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, um passo que já foi tomado em 1.200 quilômetros quadrados para os mais de 30 mil estabelecidos no Golã sírio.

Então, as raízes do mau que tentam agora ampliar e se estender têm antecedentes desde 1967, quando o regime sionista de Israel deslocou do Golã sírio ocupado mais de 150 mil moradores originais, destruindo e ‘colonizando’ as áreas de 164 vilas e 146 fazendas agrícolas.

De maneira paulatina, o regime sionista aumentou o controle sobre os recursos hídricos do Vale do Jordão, com mais de 700 milhões de metros cúbicos de água anualmemnte, diminuindo cada vez mais o acesso dos demais países, os 260 milhões para Síria, 320 milhões a Jordânia, 106 milhões para Palestina e 10 milhões para o Líbano.

Quanto à distribuição de água para a agricultura, Israel utiliza 90% e a Síria apenas oito porcento, cifras ainda mais baixas para os territórios palestinos ocupados, Jordânia e Líbano, algo considerdo irracional e altamente desigual, segundo um estudo da Escola de Economia de Londres, Reino Unido e inclusive para as Nações Unidas.

Da mesma forma e nesse sentido, Tel Aviv assume quase totalmente a exploração aquífera do lago Tiberiades, ao sul das Colinas do Golã e apenas mencionado no chamado ‘acordo’ que ‘institucionaliza’ os interesses das companhias Mey Eden e  Goolan Height Winery, encarregadas do processamento de água mineral e vinho, respectivamente.

Assim mesmo, assume a exploração do turismo de verão e inverno nas partes ocupadas do Monte Hermón, além da reserva natural de Gamla, as águas termais de Hamat e a estratégica área de Jabal Al Sheik.

A estes detalhes, que não são mencionados no ‘acordo’, há que agregar que aos palestinos, libaneses e portanto à Síria, será negado acesso para a exploração de petróleo e gás ao longo de 83 quilômetros de costa de Israel, Gaza, Síria e Líbano e onde no entanto, opera desde 2015 a Afek Oil and Gás, filial da multinacional estadunidense Genie.

A região mencionada compreende também as jazidas de gás de Tarmar e Leviatã, onde estão presentes desde 2013, companhias de Israel, Estados Unidos e a British BG Group.

Jericó, Hablus, Nebrón ou Gaza são, e serão ainda mas, localidades palestinas isoladas em um território fragmentado e por extensão uma variante já aplicada no Golã sírio, onde quatro povoados estão rodeados pelos ocupantes colonos judeus, algo que as Nações Unidas sempre soube, mas desde cuja sede procedem vozes que concordam com a implementação do acordo.

As raízes do mau continuam se estendendo e para analistas e especialistas, são a essência da prepotência estadunidense e seu mais fiel aliado na região, o regime sionista de Tel Aviv.

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