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quinta-feira, 28 março, 2024

As pesquisas e a “noivinha do Aristides”

Charge: Romulo

Por Altamiro Borges

Jair Bolsonaro tem motivos de sobra para estar irritado – e não é com a tirada homofóbica sobre a “noivinha do Aristides”. Ele derrete em todas as pesquisas de opinião. A sondagem do Instituto Atlas, divulgada nesta segunda-feira (29), mostra que a aprovação do seu governo despencou e atingiu o menor percentual desde a sua posse em janeiro de 2019.

Somente 19% dos entrevistados avaliaram o governo como ótimo/bom, enquanto 20% consideraram regular e 60% o classificaram como ruim/péssimo. Na consulta anterior, em setembro, a avaliação positiva foi de 32%. Questionados sobre os principais problemas do país, 59% apontaram as questões econômicas, como desemprego, inflação e pobreza.

Rejeição consistente em quatro pesquisas

Para Andrei Roman, diretor da Atlas, esse recorde de rejeição é ainda mais grave por não estar ligado a nenhuma crise específica, como notícias recentes de escândalos de corrupção. A perda de prestígio tem componentes “mais estruturais”, como inflação e desemprego, que “atingem inclusive o núcleo duro do bolsonarismo”, afirma o pesquisador.

“Antes, a popularidade de Jair Bolsonaro caía quando ele criava uma crise ou surgia uma notícia ruim, mas ele sempre se recuperava rapidamente após a fase de maior turbulência. Agora, ele parece ter perdido esta capacidade de pronta recuperação. Sugere um desgaste que veio para ficar”, explicou Andrei Ronan ao jornal Valor, que divulgou a pesquisa.

O “derretimento” do fascista no poder

Outras três pesquisas que saíram na semana passada confirmaram essa rejeição mais consistente ao fascista no poder. Como registrou o jornal Brasil de Fato, “os levantamentos feitos por Paraná Pesquisas, PoderData e Ipespe apontaram a consolidação de Lula na dianteira e a tendência de queda do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido)”.

O “derretimento” do atual presidente foi captado em todas as sondagens. A pesquisa do PoderData mostra que a parcela da população que considera o trabalho do presidente “ótimo” ou “bom” foi à mínima histórica e chegou a 22%. A oscilação negativa foi de 2 pontos percentuais em relação ao levantamento realizado 15 dias antes.

“Os números da avaliação do trabalho de Bolsonaro colocam o presidente em seu pior saldo desde abril de 2020, quando começou a série histórica do PoderData. A diferença entre os que acham o chefe do Executivo ‘ótimo’ ou ‘bom’ e ‘ruim’ ou ‘péssimo’ é agora de 35 pontos percentuais. Na última rodada, era de 33”.

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