Por Odalys Troya Flores
Bogotá, 20 fev (Prensa Latina) As chamadas “casas inglesas” estilo Tudor, em alguns casos Tudorbethan ou Tudor Revival Style, são marcantes entre os edifícios modernos do final do século XX e das duas primeiras décadas do século XXI em Bogotá, até parecem cartões postais e fazem parte do patrimônio da capital.
Muitos bem conservados, outros em péssimo estado, alguns com pichações que escondem sua beleza, podem ser encontrados em várias áreas da cidade colombiana: nos bairros de Teusaquillo, La Magdalena, La Merced, Quinta Camacho, El Nogal, El Retiro e Bellavista.
De acordo com Juanita Barbosa, professora do Instituto de Pesquisas Estéticas da Faculdade de Artes da Universidade Nacional da Colômbia, esses edifícios, embora projetados com parâmetros diferentes, caracterizam-se por apresentar características comuns que lembram a arquitetura histórica inglesa de diferentes períodos.
Entre eles, o uso de tijolo aparente combinado com pedra e arcos pontiagudos nas entradas; os telhados muito inclinados com telhas de barro e chaminés altas; variedade de cordames e travas que foram usadas para criar formas particulares; assim como as janelas do tipo gaveta-gazebo que se projetam da fachada, denominadas bay-windows ou bow-windows. Outra peculiaridade é o sistema de estrutura ou pano de madeira combinado com alvenaria.
A construção dessas casas em Bogotá – principalmente nas décadas de 1930 e 1940 – respondeu a uma época em que a elite, composta principalmente por novos empresários, evidenciava a necessidade de progresso e a cidade precisava superar seus estreitos limites, o que causava inúmeros problemas como densidade habitacional e condições críticas de saúde.
Apesar das diferenças sociais, na Bogotá do século XIX todos viviam juntos no mesmo ambiente urbano, embora, obviamente, as casas das classes abastadas refletissem a posição hierárquica dos proprietários.
No alvorecer do século XX, essa nova elite de empresários iniciou a construção de casas amplas e confortáveis, com jardins na frente e nos fundos, em novos bairros distantes de estratos sociais menos favorecidos, o que evidenciou a mudança na mentalidade e nos modos de vida das famílias que compunham o círculo de poder econômico e político.
O fascínio pela Inglaterra veio, talvez, das relações comerciais e cambiais com aquela nação na segunda metade do século XIX, intensificadas no início do século XX com o desenvolvimento da indústria, especialmente do café.
Além disso, as classes altas mandavam seus filhos para estudar em universidades europeias e quando voltavam traziam novas ideias e costumes estrangeiros que foram adotados no país.
(Retirado de Orbe)