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Sputnik = Ex-integrante do Movimento Nacionalista Tacuara, grupo de tendência nazista que atuou na Argentina, o advogado Rodolfo Barra foi nomeado pelo presidente eleito, Javier Milei, como novo procurador do Tesouro no país. A nomeação foi confirmada pela mídia argentina nesta sexta-feira (1º).
O anúncio já provocou a reação de diversos setores da sociedade. É o caso do fórum argentino contra o antissemitismo, que manifestou uma “profunda” preocupação com a entrada de Barra no governo.
“Consideramos uma afronta direta ao espírito democrático e plural do nosso país. É inadmissível que uma pessoa com antecedentes vinculados ao Movimento Nacionalista Tacuara, com tendências próximas ao nazismo, seja nomeado para um cargo de relevância em nosso país”, afirmou a entidade, que pediu que Milei reconsidere a decisão.
Rodolfo Barra, de 75 anos, foi ministro da Suprema Corte do país entre 1989 e 1993, quando assumiu na sequência a pasta da Justiça durante o governo de Carlos Menem.
Porém, quando a imprensa local revelou na época o vínculo do então ministro com o movimento nazista, Barra decidiu renunciar ao cargo, época que inclusive foi responsável por supervisionar investigações de atentados contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires, que deixaram vários mortos.
Barra também é autor de leis polêmicas aprovadas na época, como uma legislação que aumentava penas para “injúrias e calúnias”, com o objetivo de limitar a atividade da imprensa.
O procurador do Tesouro do governo argentino é responsável pelo controle da legalidade jurídica nas ações de funcionários do Estado, além de responsabilidade sobre os bens do Estado.
‘Se eu fui nazista, me arrependo’
A clássica frase de Rodolfo Barra se tornou popular em 1996 após a descoberta do seu envolvimento com o Movimento Nacionalista Tacuara. Conforme a revista Página 12, que revelou na época a participação de Barra no grupo nazista, o então ministro chegou a atacar uma sinagoga durante sua juventude.