ARGEL (APS) – A Argélia tem todos os ativos necessários para ser a voz do continente africano e o melhor defensor dos seus interesses à escala internacional, sublinharam especialistas russos em relações internacionais e questões de segurança, quarta-feira em Argel.
Falando durante uma conferência organizada pela Escola Superior Nacional de Ciências Políticas sobre o tema “O lugar de África na nova ordem internacional”, a vice-diretora do Instituto de Investigação Internacional da Universidade Mgimo de Moscovo, Irina Bolgova indicou que a Argélia “tem em grande parte o direito de ser a voz do continente africano.”
“A credibilidade de que goza a Argélia em África, na região de Mena (Norte de África e Médio Oriente), no Mediterrâneo, bem como à escala internacional, coloca-a de facto como a voz indiscutível do continente africano país para defender a suas causas”, sublinhou o especialista, notando que “a solicitação permanente da Argélia por parte dos países africanos para a resolução de conflitos interestatais confirma em vários aspectos o seu peso”.
A Sra. Bolgova observou, no mesmo sentido, que o estatuto da Argélia como membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU, por um mandato de dois anos, “certamente fortaleceria a sua liderança”.
Por seu lado, o diretor do Centro de Estudos Árabes e Islâmicos e vice-diretor científico do Instituto de Estudos Orientais da Academia Russa de Ciências, Vasily Kuznetsov sublinhou que o papel de porta-voz de África regressa “por direito” à Argélia.
“A Argélia sempre procurou levar a voz do continente africano e defender os seus interesses. Isto é verdade mesmo antes da sua independência, nunca deixando de defender a descolonização de todos os países africanos”, sublinhou, notando que a diplomacia argelina tem uma reputação e é conhecido por “defender bem o continente africano”.
Abordando, ainda, o lugar de África na cena internacional, os especialistas sublinharam que este continente passou por várias fases.
Depois de lutar pela sua independência e pela imposição da sua cultura, África tornou-se agora um elemento central no mapa geoestratégico, observaram.
“O papel de África no futuro será cada vez mais decisivo. Além da sua riqueza natural e mineral que a coloca como um continente fulcral, o número da sua população e o seu planeamento urbano posicionam-na como concorrente de outros continentes”, acrescentamos.