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terça-feira, 15 outubro, 2024

Arbítrio absurdo contra professor palestino e família

Foto: Reprodução Metropoles

Emiliano José

Coisas estranhas acontecem.

O governo Lula não tem se escondido com relação ao massacre, ao genocídio praticado contra o povo palestino.
Um genocídio capaz de indignar qualquer ser humano com alguma sensibilidade.
Lula não tem poupado o governo de extrema-direita de Israel.
Grupos religiosos ortodoxos de Israel têm sido capazes de se opor energicamente ao genocídio, àquele holocausto em andamento.
A PF, alertada pelos serviços de inteligência dos EUA e do Mossad, inseparáveis, ao menos foi o divulgadim resolve, por conta e risco, impedir a entrada no Brasil do professor universitário Muslim M. A. Abuuammar, o filho dele de seis anos, a esposa, grávida de sete meses, e a sogra.
Intenção dele era passar as férias com um irmão, morador em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Passar as férias com a família.
Os palestinos tinha passagem de volta para a Malásia, marcada para 9 de julho.
Segundo a PF, certamente previamente informada, Muslim teria relações com o Hamas.
E por isso foi detido ainda no avião e interrogado.
O interrogatório, realizado sem a presença de um advogado ou tradutor.
Nenhuma prova foi apresentada contra o professor.
Nenhum documento a justificar o veto à entrada dele no Brasil.
O advogado de Muslim revelou: toda a documentação dele e da família estava em dia.
Ser palestino virou uma espécie de condenação prévia.
Como se tivessem um selo na testa.
Marcados.
Nazismo revisitado.
Claro, Muslim, como palestino, devia defender a causa palestina.
Justo o faça.
Direito dele.
Nem sei se ele tem qualquer relação com o Hamas, organização política reconhecida pelo povo de Gaza, eleita.
O Hamas é a resistência palestina, como tantos outros partidos e movimentos mundo afora, como tantos outros na história, como a resistência francesa ou vietnamita.
Ainda tivesse relações com o Hamas, não podia ser impedido de ingressar no Brasil.
A PF parece ter critérios israelenses.
Não se basear no direito internacional.
Na liberdade de circulação dos povos.
E nem parece olhar para a posição do governo brasileiro, favorável ao povo palestino.
Nascer na Palestina não é crime.
À PF, parece.
Lamentavelmente.
Pena tenham o Ministério Público Federal e a Justiça Federal concordado com imputações tão pobres, sem provas, para impedir a entrada de Muslim e família no Brasil.
O Itamaraty devia se manifestar.
Deve isso.
Sobretudo depois de tão incisivas, corajosas posições tomadas por Lula no mundo todo.
Referências
Brasil extradita professor palestino acusado de ligação com Hamas. Justiça brasileira aprovou extradição de Abuummar e sua família; grupo embarcou de volta para a Malásia na noite de domingo (23). Metrópoles, 24/06/2024.
Estado terrorista humilha o Brasil com sequestros em pleno território brasileiro com a anuência da PF. Pátria Latina, 24/06/2024

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