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sábado, 20 abril, 2024

Análise: fracasso dos EUA em desestabilizar situação na Venezuela fortaleceu Maduro

© REUTERS / Miraflores Palace

O decano da Faculdade de Ciências Econômicas e Sociais da Academia Russa de Economia e Serviço Público, Aleksandr Chichin, explicou para o serviço russo de rádio Sputnik que mudanças houve no equilíbrio de forças e na situação na Venezuela.

Segundo informou o correspondente da Sputnik, 3 diplomatas do departamento consular colombiano e suas famílias deixaram a Venezuela, atravessando a fronteira para San Antonio, acompanhados pela polícia venezuelana.

No dia 23 de fevereiro, Caracas rompeu as relações diplomáticas com Bogotá e deu 24 horas aos diplomatas colombianos para abandonarem o país. O agravamento das relações entre os dois países foi causado pela situação em torno das tentativas dos EUA de fazerem chegar ajuda humanitária da Colômbia à Venezuela sem o consentimento de Caracas.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro recusou-se a aceitar ajuda, considerando as entregas como manobra para derrubar seu governo, tendo em conta que Washington havia imposto sanções, bloqueado os ativos da estatal PDVSA e proibido as transações com esta empresa, privando a Venezuela de mais de 10 bilhões de dólares.Apesar disso, observou Chichin, os EUA não conseguiram abalar a situação na Venezuela da forma que queriam e o balanço de forças mudou em 23 de fevereiro, quando esse plano dos EUA de pressionar a Venezuela não funcionou. Segundo ele, a operação com o comboio humanitário fracassou, e agora Guaidó só pode usar as palavras dos políticos americanos dizendo que todas as opções estão em cima da mesa.

“Mas todas as medidas diplomáticas já foram tomadas, e a única coisa de que eles podem falar são os métodos de intervenção. Eles não conseguiram (…) usar essa ajuda humanitária como instrumento para abrir uma brecha na fronteira venezuelana… Claro que todos os venezuelanos que não são muito ricos agora estão ainda mais próximos de Maduro “, disse Aleksandr Chichin ao serviço russo de rádio Sputnik.

O especialista considera que a pressão sobre a Venezuela continuará. No entanto, diz ele, Maduro agora obteve apoio total não apenas do exército, mas também do povo, e não aconteceu o colapso que se planejava criar na fronteira e usar como pretexto para a intervenção na Venezuela por forças treinadas em campos colombianos.”Maduro saiu dessa situação mais forte. Mas agora a perspectiva é perfeitamente óbvia. O país sobreviverá em condições de mobilização moral e política, com recursos econômicos muito escassos, e esse período pode ser bastante longo”. Chichin observou que os Estados Unidos não estão conseguindo esmagar a Venezuela, à vista de todos, pois a capacidade de resistência de Maduro é bastante significativa.

Em janeiro, ocorreu na Venezuela uma onda de protestos contra o atual presidente Nicolás Maduro, reeleito em março passado. Em 23 de janeiro, o líder da oposição, Juan Guaidó, declarou-se presidente interino, tendo sido apoiado pelos EUA e vários outros países. Maduro recebeu apoio de tais países como a Rússia, México, China, Turquia, Indonésia e outros.

Sputnik

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