A Volkswagen admitiu ter falseado os controles de emissões de gases tóxicos em 11 milhões de automóveis, em todo o mundo. Na Argentina, são 42 mil as unidades afetadas e ainda não foram reparadas nem retiradas de circulação. Os ambientalistas exigem que a multinacional cumpra os compromissos assumidos sobre os níveis de emissões contaminantes.
A organização ambientalista Greenpeace reclamada à Volkswagen que retire da venda em todo o mundo os automóveis a diesel. De acordo com as investigações e a as confissões da própria empresa, esses veículos estão emitindo 35 vezes mais gases tóxicos do que o permitido pelas regulações dos Estados Unidos, país onde se revelou o engano. Ademais, exigem que os automóveis que estão em circulação sejam reparados, para alcançarem os padrões permitidos.
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Protesto em fábrica da Volkswagen na Argentina. |
“A Volskwagen mentiu premeditadamente sobre a quantidade de gases que emitem seus carros a diesel. Os governos e os organismos de controle devem terminar, de imediato, com a manipulação ilegal das emissões dos automóveis que impactam na saúde, e apoiar a introdução de uma prova de emissões, em condições de manejo reais”, declara Hernán Nadal, diretor de Comunicações do Greenpeace Argentina.
Os ecologistas têm protestado em frente à fábrica da empresa junto à rodovia Panamericana, na Província de Buenos Aires, com caixas cheias de globos inflados com gases emitidos pelos canos de escapamento de dois Volkswagen modelo Vento, com as legendas: “Volskwagen, não envenene nossos filhos” e “Basta de mentiras”.
A empresa reconheceu, em outubro último, ter instalado, nos automóveis a diesel, um dispositivo que permitia reconhecer quando o carro estava sendo testado e fazia com que o registro das emissões de óxido de nitrogênio se reduzisse drasticamente, para passar nessas provas; enquanto que durante o uso habitual do carro, emitiam 35 vezes mais do que os padrões legalmente permitidos. Por causa do escândalo descoberto, as ações da companhia baixaram até 40 por cento.
“Em 2013, a Volskwagen comprometeu a reduzir as emissões de dióxido de carbono de sua frota de veículos novos a 95 gramas por quilômetro para 2020. No entanto, ao invés de cumprir os compromissos já assumidos, para que seus carros cada vez fossem menos contaminantes, a Volkswagen optou pela mentira para baratear custos”, assinala Nadal.
Gonzalo Pardo / Greenpeace