Havana, 5 mai (Prensa Latina) Tão deslumbrante quanto seus poderosos baobás, costumes antigos, tradições e paisagens distintas, a África hoje exibe locais emblemáticos com valores culturais ou naturais que são Patrimônio da Humanidade.
Para muitos especialistas e admiradores da cultura africana, aquela área geográfica, ainda sub-representada na lista de Patrimônio Mundial da Humanidade, com cerca de 12 por cento dos sítios inscritos em todo o mundo, exibe muitas belezas para o deleite das gerações futuras.
Entre essas maravilhas, criadas pela natureza ou pelo homem, estão inseridos lugares emblemáticos, declarados Patrimônio da Humanidade, como as trovejantes Cataratas Vitória, considerada a maior cachoeira do mundo, localizada na fronteira da Zâmbia e do Zimbábue.
Existem também outras maravilhas da natureza como o Deserto do Namibe, dominado por fósseis e dunas, com espécies exóticas de animais como flamingos e pelicanos.
A eles se juntam a cidade de Cartago, no norte da Tunísia, fundada pelos antigos fenícios, e a floresta tropical de Atsinanana em Madagascar, cujo verde intenso deslumbra, no meio de rios.
OUTROS DESTINOS
A lista das maravilhas dos países africanos também inclui outros destinos, talvez menos conhecidos, como os fortes e castelos de Volta, da Grande Acra e as regiões Centro e Oeste, em Gana.
O viajante ainda pode apreciar os restos dos entrepostos fortificados ao longo da costa daquele território, erguidos pelos colonizadores portugueses entre os anos 1482 e 1786, segundo a historiografia.
Na região de Mopti, no Mali, conhecida como A Veneza Africana, estão as falésias de Bandiagara (território da etnia Dogon).
Neste lugar, com planaltos onde brilham casinhas de barro e palha, junto com sua paisagem excepcional, sobrevivem as tradições sociais, incluindo festas de máscaras, rituais e cerimônias de cultos aos ancestrais, testemunhou a Prensa Latina in situ.
É importante notar, por outro lado, que, para resgatar sítios em perigo, o Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, em colaboração com artesãos e outros atores, empreendeu a restauração dos mausoléus do Mali de Timbuktu, construídos a partir do século XIII, e danificados em 2012 pela ação de grupos armados extremistas.
Segundo a tradição do Mali, estes mausoléus de Timbuktu são anualmente peregrinados por habitantes daquele país do Sahel e de estados vizinhos, em meio à crença de que tais relíquias culturais protegem a cidade dos perigos. Os líderes da África, um continente considerado relativamente jovem e com uma população de mais de 1,3 bilhão, estão tentando não apenas preservar seus monumentos e locais de excepcional beleza, mas também seu outro patrimônio precioso: os animais.
Nessa área geográfica se refugiam espécies grandes e selvagens, como elefantes, leões, búfalos e rinocerontes, populações em parte dizimadas pela lucrativa caça ilegal ou outros fatores, como as mudanças climáticas, que causam fenômenos extremos, como secas intensas ou chuvas excessivas.
Desde a proclamação em 2015 pela UNESCO do Dia do Patrimônio Mundial Africano, a cada 5 de maio, o mundo, e em particular aquele continente, divulga e conscientiza sobre a necessidade de proteger o patrimônio cultural e natural da região.
Paralelamente, o organismo das Nações Unidas promove a cooperação internacional para preservar as riquezas materiais e imateriais acumuladas na África, considerada o berço da humanidade e onde tem o seu lugar o baobá, símbolo da identidade e da força das comunidades.