Brasília, (Prensa Latina) Os advogados da defesa do ex-presidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, denunciaram neste sabado (17) a obstinação em criar impedimentos jurídicos artificiais e ilegítimos para impedir sua participação nas eleições de 2018.
O que importa a (operação anticorrupção) Lava Jato é abrir numerosos procedimentos e ações penais, a fim de desprestigiar a imagem do ex-dignatário e o retirar de sua atividade política quotidiana, sublinharam os letrados.
À véspera, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da Décima Sala Federal desta cidade, aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o ex dirigente e seu filho Luiz Cláudio Lula da Silva, por supostos delitos de tráfico de influência, lavação de dinheiro e organização criminosa, convertendo-os em réus.
Segundo a acusação da Polícia Federal, Lula, seu filho e outras pessoas participaram em negociações irregulares para a aquisição de dois caças suecos Gripen e para a aprovação de uma medida provisória que prorrogava os incentivos fiscais para montadoras de veículos, o qual é negado pelos letrados da defesa.
A aceitação da denúncia contra Lula e seu filho, que os advogados qualificaram de frívola, coincidiu com o fechamento do ciclo de depoimentos no processo que se segue contra o ex presidente em uma ação penal referida à suposta propriedade de um apartamento triplo em Guarujá, sem que nenhum das testemunhas pudesse confirmar a acusação. Sobre esta última audiência, os defensores de Lula particularizaram no caso do ex-zelador do edifício Solaris (onde se localiza o imóvel) José Afonso Pinheiro, que não foi capaz de apresentar nenhum elemento que comprovasse que Lula fosse o dono do apartamento, disseram.
Os letrados recordaram que a fama que atingiu o caso estimulou a nascente carreira política de Pinheiro, quem registrou sua candidatura pelo Partido Progressista (PP) como ‘Afonso, zelador do tríplex’.
Pinheiro -sublinharam- chegou a ofender a Lula e seus advogados sem que fosse reprendido pelo juiz Sergio Moro, quem pelo contrário ao termo da audiência, pediu ‘desculpas’ à testemunha como se tratasse ele do ofendido.
Este fato soma-se a outros episódios que evidenciam a parcialidade de Moro no julgamento do ex-presidente, denunciados já desde julho passado ante o Comitê de Direitos Humanos da ONU, recordaram.
Com a aceitação ontem da denúncia da Polícia Federal, Lula converteu-se em réu de três ações penais. As outras duas estão relacionadas com a suposta tentativa de obstruir as investigações da Lava Jato, e a contratos obtidos em Angola pela empresa de engenharia Odebrecht.