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quinta-feira, 28 março, 2024

A verdade ou o visto ?: As mentiras do The New York Times contra Cuba e a Venezuela

APÓS o The New York Times ter confirmado que o caminhão com a ajuda humanitária tinha sido queimado pelos guarimberos, alguém alertou-me do favor incomum que a imprensa imperial fazia à Revolução Bolivariana: «Com a verdade supostamente já conhecida e publicada, estão procurando credibilidade sobre a questão Venezuela. É a velha estratégia de uma de cal e outra de areia. Estejam prontos para a mentira disfarçada de verdade que vão lançar mais tarde».
Não passaram duas semanas para que o aviso se tornasse realidade.

No domingo, 17 de março, o The New York Times acabou de publicar uma reportagem na qual acusa o governo da Venezuela de, com a cumplicidade de médicos cubanos que trabalham no país, utilizar alimentos e medicamentos para pressionar os cidadãos nas eleições presidenciais de 2018, alertando-os de que parariam de receber subsídios e tratamentos se não votassem em Nicolás Maduro.
Citado pela Efe, esse paradigma de «imprensa séria», que é o The New York Times baseou as suas afirmações no testemunho de 16 desertores das missões médicas cubanas na Venezuela, «os que descreveram um sistema de manipulação política deliberada, como não usar remédios de primeira necessidade em pacientes com o objetivo de reservá-los para o período eleitoral, quando se exigiam votos a favor de Maduro em troca de tratamentos».
Não é necessário ser muito inteligente para encontrar o pano de fundo da nova revelação do jornal norte-americano. Em primeiro lugar, questionar a legitimidade das eleições de maio 2018: «Os recontos da manipulação e a fraude sublinham os muitos desafios à legitimidade da Maduro como presidente.”
E em segundo lugar, questionar a ajuda médica de solidariedade de Cuba a esse país, para o qual o The New York Times replica a mensagem de interferência cubana que desde alguns dias não param de repetir os falcões no comando da campanha de mentiras contra Cuba e Venezuela: «Mas o uso de médicos cubanos para exercer o controle político não é tão conhecido, segundo os médicos. A prática mostra desfavoravelmente uma troca abrangente que supostamente beneficia todos os venezuelanos, independentemente de suas preferências políticas», diz o The New York Times.
Não surpreende, portanto, que imediatamente após a publicação do relatório, John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicasse um comentário sobre o artigo sobre, na rede social Twitter, onde disse:
«Não deve ser nenhuma surpresa que Maduro e seus chefes cubanos tenham mentido e matado para usurpar a democracia e roubar a riqueza do povo venezuelano», disse Bolton. «Este é um exemplo claro de como Maduro ignora as necessidades das pessoas e piora a situação para seu ganho pessoal”, acrescentou.
Coincidentemente, a nova mentira do The New York Times é publicada várias semanas após Cuba ter rejeitado o recurso apresentado pelos senadores Robert Menendez e Marco Rubio, os que acumulam um longo histórico de campanhas e ações anticubanas, para reativar o progrsma Parole para os profissionais médicos cubanos. A iniciativa, apresentada no Capitólio, busca reativar o roubo de cérebros contra médicos na Ilha.
Não seria nada raro que as fontes utilizadas pelo The New York Times façam parte da «reativação» de um programa destinado a incentivar o abandono de suas missões por parte dos médicos cubanos que estão colaborando em países terceiros. Mas os editores desse «prestígioso» jornal, aparentemente não sabem que seus testemunhos não têm validade alguma, quando se leva em conta que a admissão provável desses médicos nos Estados Unidos é condicionada por seus bons serviços à campanha de mentiras contra Cuba.
É a política de imigração da verdade ou do visto. Tal como indica o artigo do The New York Times, uma das testemunhas é «um dos poucos médicos entrevistados que voltaram para exercer a sua profissão em um pequeno gabinete no Equador».
Como dissemos em um comentário anterior, a política editorial do The New York Times nunca foi alheia à campanha de falsas notícias de que a Revolução Bolivariana é vítima nos Estados Unidos.

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