Brasília, 6 out (Prensa Latina) A polícia no estado brasileiro do Rio de Janeiro continua sendo a mais mortal e letal em atos de violência, segundo um relatório da Rede de Observatórios de Segurança (Red de Observatorios de Seguridad).
Citado pelo portal do G1, para chegar a esta conclusão a iniciativa das instituições acadêmicas e da sociedade civil monitorou atos de violência no Rio, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí e São Paulo entre agosto de 2021 e julho passado.
O período resultou em 21.563 eventos agressivos analisados nestes lugares e destaca um componente racial nas ações, que foi batizado de “máquina de moer pessoas negras: a responsabilidade da brancura”.
O documento também mostra outros cortes, tais como que as ações policiais ainda respondem por mais da metade dessas buscas.
Nos sete estados como um todo, os eventos relacionados com a polícia respondem por 55% da investigação, mas no Rio, eles respondem por 67%.
A divisão territorial também se destaca pela violência policial, sendo a polícia a que mais mata e morre.
Os mesmos dados apareceram no Anuário de Segurança Pública Brasileira de 2021, que mostrou o número de pessoas mortas pela polícia, e em anos anteriores, destacando as vidas perdidas por membros das forças de segurança pública.
Os números do estudo mostram que, no período analisado, o Estado teve mais do dobro de mortes em ações policiais, mais do dobro de crianças e adolescentes, e mais do triplo de feridos.
“O Rio de Janeiro precisa de uma mudança de rumo na segurança pública o mais rápido possível. Repetir os velhos erros e investir em ações policiais violentas, com violações dos direitos humanos, sem inteligência ou investigação nos trouxe até aqui”, diz um trecho do texto do inquérito.
Diz que existem registros de “assassinatos induzidos pela polícia e, ao mesmo tempo, o crime se expandiu e diversificou, mantendo grandes faixas da população sob controle violento e exploração financeira”.
De acordo com a Rede do Observatório, o monitoramento é realizado diariamente com base em relatórios da mídia. Os pesquisadores coletam informações e as alimentam em um banco de dados, que é então revisto e consolidado.
O relatório conclui que o modelo de confronto como política de segurança pública não funciona, afeta principalmente pessoas negras e pobres, e não resulta no desmantelamento do crime.