Santiago do Chile (Prensa Latina) Embora a crise econômica e social exacerbada pela pandemia de Covid-19 tenha levado à pobreza milhões de chilenos, alguns dos mais ricos do Chile aumentaram drasticamente suas fortunas nesta época.
Os dados publicados pela revista Forbes em seu ranking anual das pessoas mais ricas do planeta, são coletados pelo jornal El Financiero, que indica que pelo menos cinco bilionários chilenos viram sua fortuna aumentar apesar da crise.
Na lista, Piñera aparece em segundo lugar, ao ser superado por Iris Fontbona, viúva de Andrónico Luksic Abaroa, fundador do maior grupo empresarial do Chile, e que aumentou sua renda em nada menos que 84,2%, passando de um capital de 10.800 bilhões em março, para 19.800 bilhões nove meses depois.
O terceiro lugar é de Julio Ponce Loreu, que no início da crise acumulou 1,7 bilhão e aumentou esse capital em 1,8 bilhão.
O mais significativo é que este potentado é o principal envolvido no notório Caso Cascadas, o maior escândalo financeiro ocorrido no Chile, devido à compra e venda fraudulenta de ações entre 2008 e 2011 e que ainda continua fazendo algo, embora isso não pareça ter afetado o enriquecimento por Ponce Loreu.
Os dois nomes restantes na lista são Roberto Angelini e Alvaro Saieh, chefes de dois dos maiores grupos econômicos do país, que aumentaram suas fortunas de U$ 1,3 bilhão para U$ 1,7 bilhão no primeiro, e de U$ 1,3 bilhão para U$ 1,5 bilhão o segundo.
Vale lembrar que há meses no Congresso não se analisa um projeto manifestado por deputados de centro e esquerda que visa estabelecer um imposto de 2,5% sobre os ‘super-ricos’ do Chile, por uma única vez, para ajudar as dezenas de milhares de famílias atingidas pela crise econômica, social e de saúde.
Esse imposto, que afetaria apenas aqueles que têm $ 22,5 milhões ou mais, daria a essas famílias uma renda básica emergencial por vários meses, com arrecadação de mais de seis bilhões de dólares.
Os promotores da iniciativa alertaram que o governo tem constantemente alegado que não possui recursos suficientes para oferecer às famílias mais vulneráveis uma ajuda mais substancial para aliviar a crise, mas este imposto permitiria ao La Moneda ter um grande fundo sem ter para apelar ao orçamento do estado.