Em relação a 12 meses atrás, o quadro é mais dramático. As únicas altas foram em produtos de limpeza, alimentos, remédios e coque.
Houve uma comemoração precipitada em relação à última Pesquisa Mensal da Indústria do IBGE. Comemorou-se a estupenda recuperação de maio em relação a abril. De fato, houve recuperação vigorosa em 19 dos 25 setores pesquisados, alguns com avanços expressivos, como a fabricação de veículos, com crescimento de 244,4%.
Mas vamos olhar de um outro ângulo: a comparação de maior com março, dois meses atrás. Apenas 4 setores com crescimento e os demais com quedas expressivas.
Compare agora com 3 meses atrás. Apenas um setor com crescimento modesto, o de produtos alimentícios, com 2,4%.
Conclusão: ainda não é possível saber qual será o novo piso do mercado de consumo. Aliás, é uma bobagem atribuir essa recuperação ao auxílio emergencial. 600 reais por mês permite, quanto muito, compra de remédios e alimentos.
No último mês, dos 10 setores de maior crescimento, os setores impactados diretamente pelo baixo consumo foram apenas Fabricação de Bebidas (+65,5%) e Produtos de Fumo (+17,8%).
Em relação a 12 meses atrás, o quadro é mais dramático. As únicas altas foram em produtos de limpeza, alimentos, remédios e coque.
A definição do novo patamar da indústria dependerá de variáveis que não estão na mira da política econômica.
A primeira, é o nível de emprego. A segunda, associada, é a mortalidade das pequenas e micro empresas, especialmente no setor de bares e restaurantes, grandes empregadores. A terceira é a falta de qualquer fator de estímulo à economia.
Com a demanda achatada, não haverá investimento privado. Com o desemprego elevado, e a insegurança em relação ao futuro, não haverá demanda das famílias. O único vetor de crescimento, os investimentos públicos, estão sob o tacão ideológico da Paulo Guedes.