A artificialização da dicotomia “direita x esquerda”, agora reforçada pela adjetivação “extrema” para ambos os lados, revela-se como estratégia das elites ocidentais em declínio para desviar a atenção da crise estrutural do neoliberalismo.
Enquanto movimentos sociais globais emergem em resposta ao agravamento da desigualdade e à erosão de direitos, a narrativa polarizada busca mascarar o cerne comum das revoltas: o colapso do modelo econômico que prioriza lucro em detrimento do bem-estar coletivo.
Provas disso estão nas manifestações recentes que, longe de serem meros conflitos ideológicos, denunciam a falência de um sistema incapaz de garantir dignidade às maiorias. O ódio às elites política e financeira foi o elo entre todos os manifestantes.
Na França, os protestos recentes expõem a rejeição popular a um establishment que, mesmo sob rótulos opostos, perpetua políticas neoliberais que agravam a precarização social.
Paralelamente, no Reino Unido, a multiplicidade de mobilizações ilustra como a elite instrumentaliza identidades fragmentadas para ocultar a origem comum das demandas: a insatisfação com o custo de vida e a exclusão social gerados pelo neoliberalismo.
Tanto no caso francês quanto no britânico, a suposta “disputa ideológica” serve para dividir quem, na verdade, luta contra as mesmas estruturas de opressão econômica. O único elemento verdadeiramente digno de ser chamado de “extrema” é a discrepância entre elites e povo, visivelmente identificado através da concentração da riqueza.
No Nepal e na Indonésia, movimentos liderados por atores externos, usaram os jovens, como as manifestações da “Geração Z” no Nepal , e protestos contra a injustiça social na Indonésia.
Longe do mantra que tem como bandeira a “luta contra a corrupção”, os protestos reforçam que a revolta contra as elites transcendem fronteiras ocidentais.
Essas mobilizações, embora contextualmente distintas, compartilham não apenas denúncias contra a corrupção, mas principalmente contra a desigualdade estrutural, frutos diretos de políticas neoliberais que desmontaram conquistas sociais.
A globalidade desses levantes demonstra que a falsa dicotomia “extrema-direita x extrema-esquerda” é uma narrativa ocidental incapaz de explicar a insatisfação planetária com um sistema que, em toda parte, prioriza interesses corporativos enquanto ignora as necessidades humanas básicas.
A escalada de distúrbios em nações como França, Reino Unido, Nepal e Indonésia não é fruto de um choque ideológico, mas da exaustão coletiva diante de um neoliberalismo em colapso.
As elites, ao insistirem na polarização “extrema”, tentam esconder seu fracasso em garantir qualidade de vida e representatividade. Até mesmo no caso do assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, houve um esforço para fomentar a falsa polaridade política que – cada uma com as características próprias – sustenta os privilégios das elites.
Porém, como mostram as ruas ocupadas por milhões, a verdadeira ruptura não é entre direita e esquerda, mas entre um sistema caduco e populações que exigem, cada vez mais unificadas, uma redefinição radical de justiça social e econômica.
Uma nova fase da história está a ser escrita agora, mas o futuro julgará esse fenômeno não pela retórica divisionista, mas pela capacidade de construir alternativas à falência do _status quo_.
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