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terça-feira, 15 outubro, 2024

A Direita não ganhou as eleições por acaso

Ivo Pugnaloni

Passadas as eleições, Denise Assis, num artigo no Brasil 247, de forma corajosa, e apresentando muitos dados, diz-nos que a vitória das direitas tem de levar em conta a ajuda das emendas Pix E mais: diz que “quem apenas constata que as esquerdas perderam parte do seu capital eleitoral vê a árvore, mas não vislumbra a floresta”.

Os números e os fatos que a mestra em comunicação nos apresenta são tão escabrosos que a qualquer um que leia ocorrerá perguntar: “afinal, quem foram, no Palácio do Planalto e na Esplanada dos Ministérios, os agentes públicos que teriam contribuído, de forma voluntária ou involuntária, para tal conjunto de absurdos?”

Quem poderia haver trabalhado ou se omitido para garantir recursos financeiros públicos para que a extrema direita e o Centrão obtivessem 92 milhões de votos em 6 de outubro, contra 22 milhões da esquerda moderadíssima?

O mais preocupante é que o artigo mostra a forma como foi viabilizada, financeiramente, a maior vitória eleitoral da Direita brasileira desde a Ditadura, aproveitando o dinheiro dos impostos dos contribuintes brasileiros.

E a nós caberia perguntar: como foi que todas essas maracutaias que Denise de Assis nos relata não foram percebidas pelo ministério da fazenda, receita federal e casa civil?

Uma das respostas possíveis seria: isso é parte de um acordo muito maior, internacional, da grande transição do poder mundial dos Democratas para os Republicanos. Ou do ainda maior endurecimento geopolítico dos primeiros, no caso de vitória de Kamalla Harris.

No Brasil, os sociais liberais seriam os meninos e meninas dos Democratas, enquanto a extrema direita os rapazes de Trump. Um morde, o outro assopra. Um grita, e leva a fama de mau, o outro bombardeia e mata, mas falando baixo.

Um acordo para quê, exatamente?

Ora, um acordo para tentar impedir o naufrágio do Império americano, que deve à banca a inacreditável quantia de 36 trilhões de dólares, valor que a cada 90 dias, cresce em um trilhão de dólares, metade do PIB do Brasil. E o crescimento da China é de espantar qualquer Trump ou qualquer Hillary.

Ora, um acordo porque a recuperação da indústria americana depende do controle completo do petróleo, do minério de ferro, da energia elétrica e das drogas lícitas e ilícitas em todo o mundo.

E de preferência, por meios que ao menos pareçam relativamente “pacíficos”, sem novas ditaduras abertas e escancaradas dos militares. E é exatamente isso que está sendo preparado para acontecer no Brasil, Mexico, Venezuela, Colômbia, Chile e Argentina, que são partes importantes do “Quintal dos EUA” no mundo.

Houston, temos um problema!

Acontece que em alguns países como o Brasil, o controle completo e total destes recursos apenas pode ser alcançado promovendo alterações profundas na Constituição Federal de 1988.

E isso, somente pode ser operado, se ocorrer uma derrota ainda mais acachapante das forças políticas nacionalistas e mais à esquerda, algo que já está sendo programada e preparado há várias eleições. Mas que agora, em 2026, já está pronto para acontecer.

Os que são contra a teoria da conspiração, mas a favor da prática.

Muitos leitores teimarão em dizer que “não acreditam em teorias da conspiração”. Mesmo depois do que fizerem Zé Eduardo, Sérgio Moro, Dallagnol. Mesmo depois dos golpes de 2014 a 2016 no Brasil e de 2014 na Ucrania de Zelensky.

E claro, do contragolpe dado por Erdogan, que ouvindo as informações de Putin, não fez como Dilma, não desprezou as informações que recebeu do co-fundador do BRICS, prendeu e fez condenar os conspiradores, evitando a mesma conspiração que alguns ainda insistem em dizer “que não existe”.

As eleições do dia 06/10 tiveram cadeiradas e todo tipo de palhaçada para fazer o jogo de cena, especialmente para roubar a atenção do público, para que ninguém repare nas centenas de bilhões de reais colocados na mão das bancadas da oposição, por gente do governo.

“Follow the Money”, amigão

!Por que ninguém mais ouve falar dela nem de qualquer das dezenas de inquéritos contra os Bolsonaros e contra qualquer militar golpista da reserva e da ativa?

Por que até agora a PF ainda não teria conseguido promover o indiciamento de um único militar golpista? Por que, depois que Dino foi nomeado para o STF, você não ouve nem falar no nome dele nem no nome do novo ministro da Justiça? (você ainda lembra de quem ele é?)

Por que todos os membros da família Bolsonaro, foram eleitos com grandes votações, apesar da enorme lista de denúncias contra eles?

Onde estarão os parlamentares do PT no congresso que nem protestam contra a impunidade dos golpistas, não promovem nenhuma ação para sua punição?

Por que para a família Bolsonaro nenhuma lei que funcionou para impedir que Lula fosse candidato, até agora foi usada?

Por que a área de comunicação social do PT e do governo federal é tão incompetente, ineficaz, ineficiente há décadas?

Por que os governo federal não impulsiona publicidade usando nem um décimo da verba que a direita e as organizações criminosas e seus candidatos impulsionam sem qualquer investigação?

Por que a comunicação social do governo perdeu seu único dirigente que era deputado e relativamente combativo, mas que foi exilado no Rio Grande do Sul há mais de ano?

Será que toda essa “passação” de pano que acontece para os Bolsonaros existe porque é necessário, – para algumas alas do governo federal -,que eles continuem livres, leves e soltos, de forma a assim manter a esquerda sob um medo paralisante e atávico frente ao fascismo?

Será que foi esse medo e essa inação usados para justificar as absurdas alianças que foram feitas com a extrema direita como em Curitiba, apenas por exemplo?

Será que esse clima de insegurança é exatamente do que o Centrão precisa e parte do governo lhe concede de bom grado, para que esse setor possa governar de fato o país, abrigado sob o confortável manto dos social liberais identitários, seus aliados por baixo do pano, tendo o presidente Lula um papel apenas decorativo?

Um Rei Charles Plebeu e sem Coroa?

Ou tudo isso seriam apenas “coincidências”?

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