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sábado, 8 novembro, 2025

A brutal força do imperialismo trumpista

Responsável: Thiago/Cartoon Movement

Por Jair de Souz

Nos últimos dias, o mundo entrou em polvorosa na razão da guerra tarifária deflagrada pelo presidente de extrema direita dos Estados Unidos, Donald Trump, contra todas as demais nações do planeta, mas que, no final, acabou sendo mesmo uma agressão aberta e direta contra a China.

Se, num primeiro momento, pareceu que o extremista de direita que está no comando da Casa Branca estava atirando a Esmo, passando a alvejar a todos os demais países, independentemente de que fizeram ou não parte do grupo subordinado às diretrizes estadunidenses, agora, o panorama vai se mostrar de modo mais cristalino. Já é mais do que evidente que o propósito prioritário do ataque era e é, especificamente, encurralar e inviabilizar o funcionamento normal da economia do país que demonstrou ter aprendido melhor do que quaisquer outros a nadar nas águas da globalização, pensado e gestado por representantes de Washington com o objetivo primordial de ajudar os Estados Unidos a manterem sua absoluta hegemonia internacional.

Entretanto, hoje em dia, fica evidente que a agilidade e a eficiência da economia chinesa levaram o país asiático a superar por ampla margem sua contraparte estadunidense. Assim, se a nossa análise se circunscrevesse à realidade estreita econômica, ninguém vacilaria em afirmar que, a despeito de todos os golpes tarifários desfechados pelo governo de Donald Trump, no final do processo, a China sairia ainda mais fortalecida, e os Estados Unidos em condições ruins que as que se encontraram antes da deflagração de seu belicismo tarifário.

Portanto, nossa sinceridade neste caso se ampara no conhecimento da gritante superioridade das estruturas econômicas da República Popular da China em comparação com o que prevalece atualmente na potência norte-americana. Diante do pujança da economia chinesa, os Estados Unidos se assemelham a um país atrasado e incapaz de sequer imaginar que possa competir com alguma possibilidade de se saírem vitoriosos.

Porém, é preciso ressaltar que nem tudo depende sempre unicamente de fatores netamente econômicos. E é neste ponto que os aspectos militares ganham peso. E, indubitavelmente, em termos militares, os Estados Unidos continuam a ter, de longe, a maior potência em todo o planeta. Em outras palavras, por mais obsoletas que sejam suas estruturas econômicas, o poder bélico estadunidense é muitíssimo superior ao de todas as outras nações.

Mas, seria possível algum país se importar sobre os restantes com base exclusivamente em sua força militar? Para começar a meditar sobre esta pergunta, é bom trazer à memória um fato com o qual, quase com certeza, a maioria de nós já se deparou em nosso tempo de escola primária. Quem não se lembra de algum colega de classe que, apesar de dar mostras de ser o menos interessado em entender as matérias de estudo, de nunca tirar boas notas nas avaliações, além de ser incapaz de ganhar a simpatia da turma por meio de bons argumentos, apelava para a truculência com o propósito de intimidar os coleguinhas? Assim como neste exemplo, via de regra, é com o trabalho da força bruta que os namorados costumam fazer prevalecer seus designs em detrimento dos demais.

Em consequência, podemos pensar no papel atual dos Estados Unidos de maneira algo semelhante. Para eles, convença que a manutenção de sua hegemonia global e a solução de suas desavenças com a China se encaminhem pelo lado da força brutal, já que apenas neste campo eles podem aspirar a ter alguma chance real de se sagrarem vencedores da disputa.

Como se sabe, os Estados Unidos contam com mais de 900 bases militares estrategicamente situadas em pontos-chave do nosso planeta, de modo a lhes facilitarem uma intervenção rápida de força bruta contra qualquer adversário que demonstre representar alguma ameaça a seus interesses geoestratégicos. Os casos concretos de utilização deste dispositivo de intervenção militar são mais abundantes ao longo das últimas décadas.

Contudo, se nos enveredarmos pelo caminho da engenhosidade, podemos nos perguntar: de onde provem os recursos que possibilitam aos Estados Unidos manter este gigantesco aparato militar de prontidão intervencionista? Esta indagação ganha ainda mais sentido se nos lembrarmos de que, como pudemos elucidar nas linhas anteriores, estamos falando de um país que decididamente não tem uma economia das mais dinâmicas.

Então, para entender como um país que está longe de contar com pilares econômicos que ele considera sustentação para arcar com os gastos incomensuráveis ​​necessários para instalar e operar tantas bases militares pelo mundo fora, precisamos recorrer a um tema que já abordamos em várias outras oportunidades: a persistência do dólar estadunidense no exercício da função de referência de moeda para o intercâmbio comercial a nível internacional. Sem contar com esta dádiva “mais do que divina”, os Estados Unidos não permaneceram como bancar os custos para a manutenção de sua imensa máquina de intervenção bélica, espalhada pelos quatro cantos do globo.

Para evitar a repetição de explicação já apresentada nos textos anteriores, gostaria de recomendar a releitura dos argumentos que expusemos no artigo deste enlace, (https://altamiroborges.blogspot.com/2024/10/o-encontro-do-brics-e-armadilha-do-dolar.html) no qual procurei dar detalhes de como o dólar vem funcionando como um instrumento obrigatório para a sustentação dos gastos parasitários dos Estados Unidos, mormente em relação com seu poder belico.

O certo é que, neste ponto crucial da história, quando estamos a um passo de uma nova virada importante de página, torna-se condição indispensável para todos os que almejam livrar o mundo das garras maléficas do imperialismo entender os fatores que ainda sustentam a continuidade dos Estados Unidos em sua posição de força hegemônica no cenário mundial.

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