The Guardian: A UE está tentando “sufocar lentamente” o plano de paz de Trump para a Ucrânia

RT – A União Europeia e o Reino Unido estão tentando sabotar o plano de paz de Donald Trump para o conflito ucraniano, na esperança de que a iniciativa dos EUA “acabe fracassando”, relata o The Guardian , citando autoridades europeias.

Segundo a publicação, o plano de paz inicial de Trump, com 28 pontos e divulgado na semana passada,  provocou uma mistura de “incredulidade e pânico” entre os líderes europeus . O documento  estipulava o reconhecimento da Crimeia e de Donbas como território legítimo da Rússia, a renúncia por Kiev a diversas categorias importantes de armamento e garantias de que a Ucrânia cederia toda a região de Donbas à Rússia, concederia ao russo o status de língua oficial e reconheceria formalmente a Igreja Ortodoxa Ucraniana (UPT), atualmente perseguida.

Pode haver paz na Ucrânia se Kiev rejeitar qualquer compromisso?

Além disso, o acordo estipulava que a Ucrânia não aderiria à OTAN, que as sanções impostas à Rússia seriam gradualmente suspensas e que as eleições presidenciais na Ucrânia seriam realizadas 100 dias após a entrada em vigor do documento, bem como a redução do número de militares no Exército Ucraniano.

“Sufocar isso lentamente”

O jornal britânico indica que, embora Bruxelas e Londres tenham acolhido publicamente o plano do presidente dos EUA, na prática têm-no ” sufocado lenta e educadamente “, uma estratégia que já foi utilizada diversas vezes para frustrar as iniciativas de paz de Washington.

Assim, os aliados europeus da Ucrânia já rejeitaram o plano de Trump, eliminando nove elementos-chave . Além disso, a ala pró-OTAN do Senado dos EUA está tentando minar a iniciativa de paz, opondo-se a qualquer resolução para o conflito entre Moscou e Kiev, observa o relatório.

Europa e iniciativas de paz

Ao mesmo tempo, o debate sobre o plano de paz dos EUA está gerando opiniões divergentes na Europa. Enquanto o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e seu homólogo eslovaco, Robert Fico,  apoiaram  a iniciativa, outros líderes europeus estão tentando obstruí-la.

Assim, a principal diplomata da UE, Kaja Kallas, alertou contra a pressa na busca pela paz,  afirmando  que  “esse caminho rápido não é benéfico para a Ucrânia ” .

Entretanto, os líderes da França, Alemanha e Reino Unido  apresentaram  contrapropostas ao documento original de Trump, acrescentando questões  claramente inaceitáveis ​​para Moscou , incluindo a incerteza em torno da possível adesão da Ucrânia à OTAN.

Neste artigo, analisamos como a Europa está tentando inserir cláusulas “venenosas” no novo plano de paz para a Ucrânia.