É esperado que o P74 seja lançado ao mar e entre em serviço ativo em meados de 2028. O Miramar é o quinto navio construído como parte do Programa de Obtenção de Navios-Patrulha (Pronapa).
Três navios já estão em operação: “Macaé” (P70), “Macau” (P71) e “Maracanã” (P72). O quarto navio, o NPa “Mangaratiba” (P73), também se encontra em construção no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), localizado no 1º Distrito Naval, na capital fluminense. A produção de um sexto navio-patrulha, o “Magé” (P76), está previsto nos planos da Marinha.
Durante seu discurso na ocasião, o diretor-geral do Material da Marinha, almirante de esquadra Edgar Luiz Siqueira Barbosa, afirmou que é fundamental investir no setor de defesa. “Em especial na construção naval, como um indutor de desenvolvimento econômico e social.”
“A expectativa é que durante todo o Pronapa sejam gerados 7,5 mil empregos, sendo 450 diretos, 1.050 indiretos e 6 mil induzidos, com a participação de diversas empresas brasileiras.”
Com 54,2 metros de comprimento e velocidade máxima de 21 nós (aproximadamente 38,9 quilômetrôs por hora), o Miramar será empregado em ações de apoio às atividades relacionadas à inspeção naval, à salvaguarda da vida humana no mar e ao patrulhamento do mar territorial, da zona contígua e da zona econômica exclusiva (ZEE) adjudicada ao Brasil.
“Com o reforço dos NPa Miramar e Mangaratiba, que estão em construção no Arsenal do Rio de Janeiro, a Marinha vai modernizando a frota naval para proteger a Amazônia Azul,
utilizando conteúdo local e contribuindo para a geração de empregos“, disse Barbosa.
Estiveram presentes também o ex-comandante da Marinha almirante de esquadra Ilques Barbosa Júnior; o assessor do comandante da Marinha, almirante de esquadra Wladmilson Borges de Aguiar; o diretor industrial da Marinha, vice-almirante Adriano Marcelino Batista; o diretor do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, contra-almirante Mauro Nicoloso Bonotto; o comandante-geral do Corpo de Fuzileiros Navais, almirante de esquadra Carlos Chagas Vianna Braga; o presidente da Sociedade Amigos da Marinha no Rio de Janeiro (Soamar-Rio), Márcio Prado Maia; e a deputada estadual Célia Jordão (PL-RJ).
A montagem do navio é feita em blocos, e o batimento de quilha representa o posicionamento do bloco central no seu local de edificação, onde serão montadas as demais peças. Durante a cerimônia de batimento de quilha, uma moeda é posta embaixo desse lobo central, que pesa 11 toneladas.
O Miramar e o futuro Magé contarão com capacidade de detectar e neutralizar minas, sendo também navios de contramedidas de minas (MCM, em inglês), revelou o almirante de esquadra.
“E se avançarmos no projeto, podemos pensar em adaptar essas capacidades ao Mangaratiba.”
Navio Mangaratiba está 90% pronto
Ao lado de onde foi posta a seção mestra do Miramar está acontecendo também a construção do Mangaratiba (P73),
que tem previsão de lançamento ao mar em 2026. Com o Maracanã (P72), o Mangaratiba é o segundo da classe Macaé construído pelo Arsenal de Marinha,
o mais antigo estaleiro nacional em atividade, com 260 anos de história.
Em fala a repórteres, o almirante de esquadra Barbosa ressaltou que a construção do P72 e P73 deu à Marinha “musculatura” para continuar a construção do Miramar e planejar o Magé.
Ao todo, 11 blocos constituirão o Miramar. Segundo o engenheiro naval capitão de mar e guerra Leonardo Assá Gallego Soares, superintendente de construção naval do AMRJ, a classe Macaé tem como distinção seu corpo, construído em parte de alumínio a partir de uma barra bimetálica, facilitando sua construção.
O Miramar, lembra o almirante, já teve sua quilha batida em 2012, quando a Marinha possuía um contrato com um estaleiro privado para a construção de cinco NPa. “Contudo,
daquela superestrutura, nada foi aproveitado, por equívocos no processo construtivo.”
“Uma vez que diversos dos equipamentos físicos do navio já haviam sido adquiridos, e contando com a competência e habilidade da engenharia naval da Marinha e as capacitações técnicas do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, a Alta Administração Naval decidiu retomar a construção destes versáteis meios”, afirmou em discurso.
O Pronapa faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), do governo federal, no eixo de Inovação para a Indústria de Defesa. Em nota, a Marinha sublinhou que a parceria da Marinha com o governo “mantém ativa a linha de produção do AMRJ, servindo como estímulo à economia local”.
“A parceria do governo federal com a Marinha do Brasil para a construção dos navios-patrulha mantém ativa a linha de produção do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, servindo como estímulo à economia local, uma vez que é responsável por um arrasto tecnológico que envolve mais de uma dezena de empresas parceiras e a geração de empregos diretos e indiretos.”