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HispanTV – O presidente da Venezuela condena a inação da ONU face ao genocídio israelita em Gaza e no Líbano, apelando à refundação do sistema desta organização.
“É urgente refundar o Sistema das Nações Unidas (ONU), que morre a cada bomba que cai sobre os povos árabes e muçulmanos devido ao fascismo; Não pode ser que o Tribunal de Justiça sirva apenas para declarações, mas não há ações contra massacres”, afirmou esta quinta-feira Nicolás Maduro no seu discurso na XVI Cimeira do BRICS, na cidade russa de Kazan.
Neste sentido, o presidente venezuelano pediu aos países BRICS+ que levantassem a voz e procurassem um plano “prático e ousado” para a refundação do sistema ONU.
“Cada vez que um míssil de alta precisão atinge um edifício de apartamentos em Gaza e mata homens, mulheres e crianças, cada vez que um míssil atinge Beirute ou o sul do Líbano, esses mísseis incendeiam e destroem o sistema de segurança da ONU”, sublinhou.
Pezeshkian antes do BRICS+: os alicerces do sistema unipolar enfraqueceram | HispanTV
O presidente do Irão, Masud Pezeshkian, comemora o enfraquecimento do sistema unipolar e denuncia que a imposição de sanções prejudica o desenvolvimento de outros países.
Diante de tal panorama, Maduro questionou o silêncio das organizações internacionais diante do genocídio israelense. “Onde está o Tribunal Internacional de Justiça? Ou foi criado apenas para perseguir os países do Sul? Onde está o sistema de Justiça das Nações Unidas? Será que [serve] apenas para liberar documentos, comunicações? E a vida dos meninos e meninas da Palestina não vale a pena?”, denunciou.
Noutras partes das suas declarações, Maduro defendeu a criação de um novo sistema de pagamentos internacionais. “Devemos avançar com um novo sistema de pagamentos que substitua os [atuais] sistemas de pagamentos, que por vezes se tornam armas de ataque”, assegurou, referindo-se aos sistemas dirigidos pelo Ocidente e pelos EUA.
Maduro ao chegar à Rússia: BRICS é o epicentro da nova geopolítica
O presidente da Venezuela deixou claro que o BRICS é um espaço de diálogo muito enriquecedor para a construção de uma nova ordem internacional. “Uma nova era emergiu, novas superpotências e países que aspiramos que tenham a nossa independência respeitada”, acrescentou.
Além disso, lamentou que Caracas o tenha expulsado de todos os sistemas de pagamentos globais como parte de “agressões, punições económicas”. Além disso, ele defendeu “uma nova economia inclusiva de países independentes que aspiram à felicidade social e à dignidade”.
A cimeira de líderes e altos funcionários de 9 países membros dos BRICS e 27 países amigos dos BRICS, chamada BRICS Plus, começou quarta-feira na cidade russa de Kazan sob o tema “Fortalecer o multilateralismo para o desenvolvimento global equitativo e segurança” e terminou esta quinta-feira.