Foto: Javier Torres / AFP
Por Altamiro Borges
O novo presidente conseguiu costurar importantes alianças para garantir a governabilidade. Partidos de centro-esquerda que não compunham a vitoriosa frente de esquerda – como o PS de Michele Bachelet – integrarão o ministério. Com esse apoio, o inédito governo chileno ganha melhores condições para aprovar seus projetos no Congresso Nacional.
Em busca da governabilidade
A coalizão “Aprovo Dignidade”, composta pela Frente Ampla, de Gabriel Boric, e pelo Partido Comunista, elegeu 37 deputados, de um total de 155; e cinco senadores, de 43. Já o chamado “socialismo democrático”, que inclui o PS, tem 28 deputados e 13 senadores. A nova aliança “aumenta significativamente a governabilidade”, registra o jornal O Globo.
O jornal enfatiza ainda que “o Ministério da Fazenda ficará com Mario Marcel, membro do PS que estava na presidência do Banco Central. A indicação tem como objetivo dissipar a incerteza quanto à gestão da economia… A nomeação de Marcel envia um sinal de estabilidade e responsabilidade aos mercados”.
Na cerimônia em que anunciou sua equipe, Gabriel Boric afirmou que os 24 ministros “representam, de forma simbólica, os 19 milhões de habitantes deste país”, e orientou os novos ocupantes a começarem seu trabalho dialogando com os membros do governo de Sebastián Piñera, de modo a fazer uma “transferência de poder transparente e impecável”.
“Peço que assumam suas tarefas com o maior empenho e responsabilidade, tendo em mente que todas as pessoas esperam que façamos do Chile um lugar mais amigável e humano para se viver, onde a dignidade se torne um hábito… Dialoguem, dialoguem, dialoguem. É somente através do diálogo diário e ouvindo a todos que vamos construir este país mais justo ao qual aspiramos”.