La Paz, (Prensa Latina) O cadastro da população para se beneficiar do Sistema Único de Saúde (SUS) começa hoje em toda Bolívia e a previsão é de que sejam cadastradas cerca de 5,8 milhões de pessoas.
O representante do ministério de Saúde, Adolfo Zárate, explicou que para o desenvolvimento deste processo foi capacitado um grupo de pessoas mobilizadas em diferentes pontos do país. A etapa inicial se estenderá até 28 de janeiro e depois continuará indefinidamente, acrescentou.
Zárate afirmou que o cadastro demorará menos de dois minutos e desta maneira os bolivianos conhecerão a localização dos estabelecimentos de saúde de primeiro nível em sua região, onde serão referidos aos hospitais de segundo e terceiro nível, caso necessário.
Recentemente, o ministro de Saúde, Rodolfo Rocabado, explicou que há duas modalidades de trabalho para o cadastro. Em primeiro lugar, a passiva, que é quando as pessoas vão aos centros de atenção próximos a seus domicílios se inscrever, enquanto a ativa será acompanhada de feiras de saúde, onde poderão ser registrados aqueles que não contam com um seguro médico, detalhou.
Para ter acesso a essa iniciativa, os bolivianos devem apresentar uma cópia da carteira de identidade e a fatura de luz ou de água, como uma referência para conhecer o domicílio da pessoa beneficiada.
Com o novo sistema, pretende-se reeducar o povo para evitar a saturação dos hospitais de segundo e terceiro nível por problemas que podem ser resolvidos no primeiro, onde se conta com um clínico geral plenamente capacitado para atender as doenças.
No entanto, ‘aqueles quadros que sejam complicados sempre serão atendidos no segundo e terceiro nível’, explicou o ministro.
A atenção médica gratuita, universal e de qualidade será prestada em diversas especialidades. Essas prestações de saúde atualmente têm um custo econômico, mas a partir de março o Estado se encarregará das despesas.
Alguns setores sociais e médicos se opõem à iniciativa e se negam a dialogar com o Governo. Nesse sentido, o ministro de saúde reafirmou que ‘para além de um interesse político, está um maior: garantir o bem-estar da população’.
Atualmente, o sistema de saúde da Bolívia é constituído por três subsetores: seguridade social, de medicina privada e o público.
O Estado vai investir no subsetor público, o que não prejudicará a medicina privada nem a seguridade social. O país conta com mais de 3.300 hospitais públicos funcionando, dos três níveis.
Além disso, antes de agosto de 2019, está prevista a abertura de seis hospitais de terceiro nível e há trabalho em andamento com os diretores das diferentes instituições de saúde em projetos para gerar condições de infraestrutura, equipamento e recursos humanos com vista à implementação gradual do SUS.