Addis Abeba, (Prensa Latina) A situação de segurança alimentar e nutricional é grave na Etiópia, onde mais de 8,5 milhões de pessoas precisam de ajuda no segundo semestre de 2017, sublinhou hoje a FAO.
Os sucessivos impactos climáticos deram lugar a secas consecutivas que provocaram um aumento da fome e que as taxas de má nutrição cheguem a níveis alarmantes, segundo informação divulgada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Nas zonas mais afetadas do país -o sul e o sudeste- escasseiam as chuvas pelo terceiro ano consecutivo.
Conforme a Organização, a resposta liderada pelo Governo começou a estabilizar a situação, mas precisa-se um maior esforço e apoio para evitar que a situação se deteriore ainda mais.
A atual crise de segurança alimentar e nutrição não pode ser resolvida só com ajuda de emergência. A solução a mais longo prazo reside no fortalecimento das comunidades para resistir melhor aos vaivéns e evitar voltar a uma situação de crise, enfatizou.
Nesse contexto, o diretor geral da FAO, José Graziano da Silva; o presidente do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Gilbert F. Houngbo; e David Beasley, o diretor executivo do Programa Mundial de Alimentos (PMA), visitarão a Etiópia do 1 ao 4 de setembro próximo.
Durante a visita, debaterão a melhor forma de reforçar seu apoio ao Governo para que esse país possa cumprir seus objetivos de desenvolvimento e abordar ao mesmo tempo diversos desafios humanitários, anuncia ainformação enviada aos meios.
Os servidores públicos serão testemunhas da magnitude da crise durante uma viagem ao terreno na região da Somália, onde a seca tem provocado uma elevada mortandade do gado, causando um colapso nos meios de vida pastoris e um forte aumento da má nutrição.
Durante seu percurso, se reunirão com pessoas afetadas pela seca que estão recebendo rações alimentares, visitarão centros de nutrição que tratam de meninos mal nutridos e presenciaram distribuições de ajuda essencial para manter com vida o gado.
Na região de Tigray, os dirigentes das Nações Unidas visitarão comunidades onde os projetos complementares dos três organismos têm impulsionado a produtividade, fortalecido os meios de subsistência e melhorado a nutrição.
Em Addis Abeba, manterão conversas de alto nível com representantes governamentais, dos organismos das Nações Unidas e outras organizações associadas, com o fim de debater as operações de socorro para salvar vidas e a necessidade de uma maior colaboração e de investir mais na resistência.