A nova doutrina da administração dos EUA na Síria é baseada nas sugestões vindas da administração de Israel: reduzir o nível de expansão da influência da Rússia no Oriente Médio, separar Moscou do Irã, colocar contra a parede tanto o Irã como as falanges do Partido libanês “Hezbollah” na Síria, deixar a força aérea russa, BKC na sigla russa, sem combatentes na terra de aliados assim como jogar o exército da Síria de Assad na beira da derrota militar.
Não há dúvidas de que o ataque de mísseis na base aérea militar da Síria sancionado por Trump faz parte desses planos ( этихпланов ). Entretanto, o enfiar de uma cunha de separação na boa relação entre Moscou e Teerã não deu o resultado intencionado, ou seja, não teve sucesso. A Rússia e o Irã demonstraram um entendimento sem precedentes e isso num nível de alto escalão militar.
Em 8 de abril deu-se uma conferência telefônica ( телефонныйразговор ) entre os generais-chefes do Estado Maior das forças armadas dos dois países, o general-de- divisão Mohammad Hоssеin Bagheri, por parte do Irã, e o general do exército Valério Gerasimov, por parte da Rússia. No mesmo dia o assunto foi discutido na Síria entre o secretário do Conselho de Segurança do Irã, o sr. Ali Shamkhani e, por parte da Rússia, o sr. Nicolai Patruchev. Não houve nenhum desacordo quanto ao fato de que o ataque dos EUA apresentava-se óbviamente como uma agressão planejada de antemão. A intenção do mesmo também estava clara: retardar o avanço do exército sírio e levantar a moral no quadro dos terroristas e seus protetores, patrocinadores e apoiantes.
Quanto ao fato dos acontecimentos relacionados com armamentos químicos as duas partes, ou seja o Irã e a Rússia, apresentaram seu apoio a vontade de Damasco de conduzir no local do acidente, em Khan Sheyhun, uma investigação independente. Frente a isso, como pensou o presidente Rouhani ( считает ) “a missão para estabelecer os fatos não deverá incluir pessoas com interesses egocêntricos e gananciosos no assunto, assim como EUA não deverá liderar a mesma”. Uma investigação justa deverá ser completamente assegurada pela posição adequada e competente da Rússia.
Lembramo-nos que na sua declaração o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, quanto a ação armada dos EUA na Síria (7 de abril de 2017), também expressou suas dúvidas em relação à justificação da ação armada de Washington. No documento falava-se de maneira direta que os EUA estavam distorcendo os acontecimentos e que os americanos não conseguiam compreender que o exército oficial da Síria não tinha usado armas químicas, as quais, da parte da Síria oficial, simplesmente não existem, o que por muitas vezes já foi e continua sendo confirmado por especialistas qualificados. Irã também mantém que Damasco não fez parte de nenhuma ação militar usando armas de natureza química.
De acordo com os russos e iranianos os que rodeiam ou estão na esfera do presidente dos Estados Unidos apenas fingem que não estão entendendo nada de nada. O chefe do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Djavad Zarif, lembra-nos que: “A ONU já desarmou a Síria mas não desarmou os terroristas … A Síria oficial nunca teve o gás Sarim e o governo não tem armas químicas”. [N.T. Desde tudo que entendi antes, a Síria já de então não tinha armas químicas prontas a serem utilisadas, sendo que o que foi oficialmente destruido foi o material e a capacidade física necessárias para construir essas armas].
A Rússia e o Irã também estão completamente de acordo quanto a avaliação do risco e do perigo levantados de quando a administração americana ignora o fato de que os terroristas não só têm como também usam armas de natureza química, e isso não só na Siria, como também no Iraque. Em relação a isso o presidente Rouhani dirigiu-se de maneira direta ao seu colega americano Trump dizendo: “Caso o senhor estivesse sendo honesto quanto a sua intenção de lutar contra o terrorismo porque então o senhor iria atacar o exército sírio?”
Dessa maneira, na reação do governo iraniano ao ataque de mísseis dos Estados Unidos na Síria, destacaram-se dois aspectos principais: a) um esforço a não permitir uma continuação da agressão armada de Washington e b) não permitir que a oposição síria passe a uma guerra ativa contra o governo de Assad. Essas duas tarefas Teerã tem em mente resolver com a Rússia em ações recíprocas.
Caso os Estados Unidos insistam – como sugeriu o governo da República Islâmica – deveria se dar aqui, dado a séria e rigorosa posição de Moscou e o esforço conjunto dos dois países, uma condenação internacional das ações dos Estados Unidos. Tem-se daí que todos os dirigentes do Irã vieram a exortar e apelar para a realização de uma investigação com o objectivo de apurar se um [eventual-hipotético-e-ou presumido] uso de armas químicas seria razão suficiente para que o presidente Trump pudesse legalmente decidir sobre um ataque com mísseis.
Os americanos pensam que eles ao mesmo tempo devem ser os policiais e os juizes, disse Hassan Rouhani perguntando-se abaixo de qual jurisdição esse pretexto foi usado como razão suficiente para a agressão militar dos EUA contra um estado soberano. O presidente iraniano categoricamente não aceita uma existência ou presença de armas químicas por parte oficial de Damasco, ressaltando que Washington viola, transgride e rompe de maneira flagrante as normas do direito internacional. Caso os Estados Unidos continuem a agir dessa maneira “o ataque contra a Síria será apenas o começo” advertiu o representante porta-voz do parlamento iraniano Ali Laridjani.
Depois disso o Irã começou a perguntar-se caso a interação da Rússia e dos EUA na regularização da crise da Síria iria ganhar uma maior significância. Do ponto de vista do Irã é indispensavel que Moscou e Washington cheguem a um acordo para impedir uma maior escalação da crise. Entretanto, depois disso o Irã não estaria interessado em ver uma maior aproximação entre a Rússia e EUA.
Moscou e Whashington partem do princípio de que uma maior distância entre eles só prejudicaria a segurança no Oriente Médio enquanto Irã parte do princípio que na crise da Síria não há solução fora do diálogo no qual a Rússia e os EUA tem o papel principal, mas mais do que isso não seria desejável para o Irã.
É verdade que hoje em dia o risco ”de ser posto de lado” não é significante. O Irã tem uma direta e estável relação com o presidente sírio. A Rússia depois de ter posto o rumo no apoio a Bashar Assad percebe, tanto quanto o Irã, que uma boa relação Rússia-Irã, na situação que aqui se apresenta, é inevitável e absolutamente necessária.
O presidente Rouhani em conferência telefônica ( в телефонном разговоре ) com o presidente Assad confirmou que Irã “irá apoiar o povo sírio na luta contra o terrorismo e guardar a integridade territorial da Síria”. Depois disso ele especialmente sublinhou que uma coordenação de atividades entre o Irã, a Síria, e a Rússia daria um resultado mais definitivo na guerra contra o terrorismo a longo prazo.
Note-se aqui que a liberdade de escolha de potenciais associados no Oriente Médio é restrita para a Síria. Hoje em dia só mesmo uma união com o Irã deveria ser vista como potencialmente durável. Depois da entrada da nova administração na Casa Branca isso ainda ficou mais visível sendo que aqui pode ser notado que a aproximação entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita é uma das principais novidades da presidência de Donald Trump, na arena das relações exteriores..
O rei saudita congratulou Trump pelo ataque na Síria. Eles tiveram um conversa telefônica em 7 de abril, dia no qual se deu o ataque de mísseis na base aérea síria. O rei especialmente ressaltou “a corajosa decisão” do líder americano em atacar com mísseis “a luz da incapacidade da comunidade internacional em parar Assad”.
Riade é um dos maiores inimigos de Damasco, apoiando os grupos armados sunitas lutando pela derrubada de Assad além de também lutar contra uma dominância do Irã na região.
A atividade militar iniciada pelos Estados Unidos na Síria faz com que um processo político para a regularização do conflito na Síria fique ainda mais susceptível a sabotagem e a uma maior incerteza.
Não deve ser esquecido que a administração americana inúmeras vezes tentou fazer com que o Cremlin desistisse de procurar amizade com Teerã. Entretanto, como mostraram os últimos acontecimentos, os americanos não conseguiram destruir a boa relação entre a Rússia e o Irã.
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