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sábado, 8 novembro, 2025

50 anos depois o Chile quer saber o paradeiro dos detidos desaparecidos

Por Carmen Esquivel Sarría

Santiago do Chile (Prensa Latina) Cinquenta anos após o golpe no Chile, organizações de direitos humanos se reuniram nesta sexta (17) em frente ao Ministério da Justiça para exigir a busca dos restos mortais de seus parentes.

“Neste país não se fez justiça nem se conheceu a verdade. Vivemos em um mundo de impunidade”, disse à Prensa Latina a líder da Associação de Familiares de Detidos-Desaparecidos, Ana María Carrero.

Ele informou que existem oficialmente 1.210 pessoas reconhecidas nessa condição, embora o número possa subir para mais de 3.000.

Segundo o relatório da Comissão Valech, durante o regime de Augusto Pinochet (1973-1990) foram registrados no país mais de 40.000 casos de crimes contra a humanidade, incluindo 3.200 assassinatos e desaparecimentos.

Estamos aqui para lembrar à justiça que esse caminho não deve ser perdido porque é muito importante para nós encontrarmos nossos entes queridos, disse Genoveva Ramos, que tem cinco parentes cujo paradeiro é desconhecido.

“Justiça, verdade, não à impunidade” e “companheiros detidos e desaparecidos, presentes, agora e sempre”, foram algumas das palavras de ordem entoadas pelos manifestantes em frente ao ministério.

Na véspera, o presidente chileno, Gabriel Boric, afirmou que seu governo está empenhado em um plano nacional de busca pelas vítimas, embora tenha admitido as dificuldades em encontrá-las 50 anos depois do golpe que tirou a democracia do país.

O presidente visitou a cidade de Pisagua, cidade costeira do norte, onde em meados da década de 1990 os corpos de cerca de vinte desaparecidos foram encontrados em uma vala clandestina.

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